No Reino Unido preparam legislação: racismo online vai valer penas pesadas
As autoridades estão empenhadas em acabar com o flagelo racista e homofóbico no futebol e preparam legislação nesse sentido.
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O racismo e a homofobia são formas de abuso que os responsáveis do governo do Reino Unido pretendem irradicar do futebol, e também da Internet onde, muitas vezes sob anonimato ou identidades falsas, os insultos são comuns em redes sociais e caixas de comentários sem que daí advenham quaisquer punições para os prevaricadores.
Já há algum tempo que há legislação para punir os abusadores que são identificados nos estádios de futebol mas, agora, o governo liderado por Boris Johnson pretende ir mais longe, conforme explicou Priti Patel, ministra do Interior, que deseja banir dos estádios, até um período de dez anos, pessoas que façam publicações ofensivas online.
De acordo com a notícia publicada no "Guardian", a referida ministra prepara uma atualização à legislação de que já está em vigor, para que as ordens de proibição de frequência de recintos desportivos, que podem ser aplicadas a condenados por violência, desordem e gritos racistas ou homofóbicos, possam incluir também crimes de ódio via online.
"O racismo é inaceitável e por muito tempo o futebol foi marcado por esse preconceito vergonhoso", disse Patel. "Os responsáveis por abusos racistas online devem ser punidos. As mudanças na lei que estou a anunciar garantirão que eles sejam proibidos de assistir a jogos de futebol ". Em julho passado, depois da derrota da seleção inglesa na final do Euro"2020, o problema do racismo online ganhou maior relevância face aos ataques dirigidos a vários jogadores da equipa dos três leões, nomeadamente Rashford, Jadon Sancho e Saka, todos eles negros e que falharam os penáltis que tentaram converter na final perdida para a Itália. Face ao sucedido, Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido comentou então que o governo mudaria as ordens para cobrir o racismo online e condenou o abuso racista dirigido aos jogadores.
No Reino Unido, as ordens de proibição do futebol são dadas quando alguém é condenado por um "crime relevante" relacionado a uma partida, incluindo crimes como comportamento inapropriado, fazer ameaças contra pessoas ou propriedades e porte de armas ou álcool. A lista também cobre crimes previstos no Football (Offenses) Act 1991, que incluem gritos racistas, invasão de campo e lançamento de objetos pirotécnicos.
A duração de uma ordem de proibição - que é usada para impedir indivíduos condenados de comparecer a jogos e, em alguns casos, pode exigir que eles entreguem seus passaportes antes de desafios no exterior do país - pode variar de um mínimo de três anos até um máximo de dez anos.