A aposta do PSG em estrelas galáticas deu lugar à preferência por jovens, mais preocupados com um coletivo forte
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Nos últimos seis anos, o PSG esteve três vezes nas meias-finais da Liga dos Campeões. Numa dessas épocas chegou mesmo à final, acabando derrotado pelo Bayern Munique. No entanto, a tão desejada conquista do trono europeu de clubes ainda não se concretizou, como era objetivo de Nasser Al-Khelaifi, quando chegou ao clube em 2011.
“O plano quinquenal [ganhar a Champions no espaço de temporal de cinco anos] foi um erro, admito-o abertamente. Mas aprendemos com os nossos erros. Afinal, conseguimos chegar a três meias-finais nos últimos seis anos, incluindo uma final. Então, sempre estivemos lá muito tempo. Se me perguntar se o nosso objetivo é ganhar a Liga dos Campeões, responderei que não. Se me perguntarem se queremos lutar em todos os jogos: sim. Para jogar ofensivamente? Sim. Para divertir? Sim. Temos jogadores para isso? Sim. Temos jogadores para ganhar a Liga dos Campeões este ano, no próximo ano ou daqui a oito anos. Temos a base para construir uma grande equipa para o futuro”, declarou o cidadão do Catar, numa entrevista conjunta ao Bild e ao Welt am Sonntag.
Al-Khelaifi admite ainda uma mudança de estratégia no clube. Se inicialmente procurou construir uma galáxia recheada de estrelas, nos últimos anos inverteu a tendência, preferindo apostar na contratação de jogadores mais jovens, como Vitinha, João Neves, Nuno Mendes ou Gonçalo Ramos. Um grupo mais preocupado em formar um coletivo forte do que em brilhar individualmente, como se tem visto esta época.
“Era esperado que fôssemos eliminados depois de termos conquistado apenas quatro pontos nos nossos três primeiros jogos na fase de grupos da Champions. Mas depois a nossa jovem, talentosa e nova equipa recuperou, jogou melhor e lutou junta. A nova estrela do Paris Saint-Germain é a equipa, e estou muito orgulhoso pela forma como transformámos a filosofia do nosso clube em tão pouco tempo. Este espírito de equipa é o mais importante para mim - na equipa, em campo, no banco, na equipa médica, nos analistas e em todos os bastidores e, claro, com os nossos adeptos”, comentou, elogiando também o treinador. “Temos o melhor treinador do mundo, Luis Enrique, e os melhores jogadores do mundo este ano. Têm em média 19 ou 20 anos. No último jogo da Liga dos Campeões, marcámos 7 golos de 7 goleadores diferentes. E estamos a construir uma das melhores academias do mundo no PSG.”
Na entrevista, Al-Khelaifi abordou ainda o novo Mundial de Clubes, considerando que não fazem sentido as críticas de que vai ser responsável por um excessivo agravamento do calendário de jogos.
“Não concordo com as críticas sobre a carga de trabalho. O Mundial de Clubes realiza-se apenas de quatro em quatro anos e conta com 32 clubes. Não é uma competição nova, mas substitui o antigo Mundial de Clubes. Este torneio não é a causa dos problemas de carga de trabalho. Vejamos a NBA: os jogos são disputados de dois em dois dias. Queremos estar mais presentes em diferentes mercados. Isso inclui os EUA. O Mundial de Clubes é uma ótima oportunidade para o fazer. Além disso, os jogadores estão a exigir cada vez mais, por isso precisamos de gerar mais dinheiro, não se pode ter as duas coisas. O Mundial de Clubes trará também centenas de milhões de dólares para a Bundesliga, para os clubes participantes e não participantes. No entanto, como em tudo, todas as partes interessadas precisam de encontrar uma solução em conjunto que considere a perspetiva de todos, incluindo os jogadores”, disse.