"Não saio satisfeito com o resultado, mas o mais importante era o processo"
Análise de Francisco Neto à derrota de Portugal com a Suécia e ao último lugar na Algarve Cup.
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Francisco Neto, treinador da Seleção Nacional de futebol feminino, não ficou "satisfeito" com o resultado diante da Suécia (0-2) que ditou o último lugar para Portugal na Algarve Cup, mas encontrou motivos para tirar ilações positivas. "Optámos por voltar a observar novas jogadoras. Sabíamos que íamos ter alguma dificuldade a ter bola, contra uma equipa fortíssima, e na primeira parte tivemos um trabalho defensivo muito positivo, com disponibilidade e um nível de organização alto. Conseguimos fechar espaços, mas elas criaram algumas oportunidades, face ao seu volume ofensivo. Foi pena termos sofrido o golo nos descontos. Na segunda parte, conseguimos ter mais bola, jogar mais no meio-campo contrário e gerir o jogo de outra forma, criar-lhes mais dificuldades. Acho que a resposta delas nessa fase foi positiva. Não saio satisfeito com o resultado, mas desde o primeiro dia que passámos às jogadoras que o mais importante era o processo. Se, num torneio de preparação, olharmos só para o resultado, não posso dizer que foi positivo", considerou.
O selecionador nacional fez um balanço positivo da participação da sua equipa, apesar do último lugar no torneio. "Quem acompanhou, percebe que perdemos contra uma Itália forte, que marcou aos 90'+3' de penálti; que com a Bélgica perdemos por 1-0 e falhámos uma grande penalidade, entre outras situações; e que hoje demos uma resposta positiva na segunda parte contra uma equipa, sendo a terceira classificada do último Mundial, teve duas derrotas no torneio e hoje disputou o sétimo lugar connosco. Mas somos hoje mais equipa do que éramos quando entrámos no torneio".
Por fim, Francisco Neto abordou o facto de o jogo ter sido disputado à porta fechada. "É estranho. Mas percebo a medida. Fomos sentindo ao longo do torneio, pelo que a federação nos transmitia, que esta era uma possibilidade. As pessoas que tomaram essa decisão são pessoas do futebol que gostam de ver estádios cheios, mas a saúde está em primeiro lugar. Não gostando enquanto treinador e apaixonado pelo futebol, percebo a medida e respeito."