"Não podemos pedir ao Gonçalo Borges e ao Francisco Conceição que não driblem"

Que recordações guarda do último ano na formação do FC Porto, em 2019/20, onde trabalhou com jogadores como Vitinha, Francisco Conceição, Gonçalo Borges e Afonso Sousa? 

—Tornei-me melhor treinador quando entrei no FC Porto por questões de metodologia de trabalho, de treino, mas também questões de aperfeiçoamento do jogador. É muito importante irmos ao detalhe individual. No processo de formação não podemos ser castradores. Não posso querer que um jogador como o Vitinha só jogue através do passe. Ou seja, muitas vezes temos que redefinir um bocadinho as nossas ideias. Não podemos pedir ao Gonçalo Borges e ao Francisco Conceição que não driblem, quando são essas as características deles.

“Não podemos pedir ao Gonçalo Borges e ao Francisco Conceição que não driblem”

Surpreendido com o crescimento de Vitinha?

—Nada, o Vitinha, é assim. Tive o prazer de treiná-lo, mas via-se que era um jogador diferenciado, que pensa muito à frente, que executa muito rápido e que sabe quando o jogo pede uma pausa. E tive também a oportunidade de jogar com o pai, que tinha um potencial incrível e que não foi aproveitado. Ainda bem que o Vitinha teve esta capacidade porque os primeiros momentos dele na formação do FC Porto não foram nada fáceis, muitas vezes não jogava com regularidade. Mesmo no insucesso, nunca baixou a cabeça.

Treinou ainda o Francisco Conceição...

—O Francisco é um jogador incrível, tem um talento inato, assim como o Gonçalo Borges. O Fábio Vieira também é um jogador com uma qualidade incrível. Podem dizer que não é muito constante, mas nem todos os jogadores da elite andam no jogo sempre de uma forma regular. Temos que fazer com que o nosso jogo permita que ele apareça mais vezes nos momentos oportunos.

Surpreendido com o crescimento de Afonso Sousa?

—Gosto muito do Afonso, um jogador com uma capacidade incrível, muito inteligente e que joga em várias posições. Do meio para a frente, consegue jogar como extremo e como dez.