"Não podemos esperar que Amorim volte ao que havia antes, já não era um navio estável"
Manchester United está num momento de maus resultados - quatro derrotas consecutivas -, mas Rio Ferdinand acredita que o treinador português não vai nem deve desistir das ideias que defende
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Rio Ferdinand, antigo defesa-central do Manchester United e da seleção inglesa, defende que Rúben Amorim deve continuar a tentar implementar as suas ideias na equipa, apesar dos maus resultados recentes
"Olhamos para ele e pensamos: 'Ele ainda parece bastante confiante [no] longo prazo. Não vai mudar as suas ideias a curto prazo'. E eu concordo plenamente. Se ele mudar e voltar ao que estavam a fazer antes... não é que estivessem a ganhar! Por isso, porque é que ele haveria de voltar ao que os jogadores estão mais à vontade? Acho que a ideia dele - e tenho de concordar com ele - é que, se esta equipa foi treinada e compreender o sistema, então acho que tem hipóteses de conseguir fazer o que ele quer. Acho que não podemos esperar que Amorim volte ao tipo, ao que jogavam antes, para tentar estabilizar o barco. Porque, de qualquer forma, não era um navio estável. Acredito sinceramente que ele tem de continuar a fazer o que está a fazer. Ele disse que ia haver problemas iniciais - talvez não tanto como os que estamos a ter agora - mas acho que ele não percebeu no que se estava a meter. As cicatrizes que muitos dos jogadores têm como indivíduos - e como equipa - são tão grandes e tão profundas que vai ser preciso muito tempo para recuperar", referiu o agora comentador desportivo, no podcast "Rio Ferdinand Presents".
Depois, apontou dois jogadores que considera estarem "uns furos abaixo" do que é preciso para o Manchester United.
"Penso que estamos a olhar para dois jogadores desta equipa que foram alvo de muitas críticas depois de ontem: Casemiro e Eriksen. Um dos elementos-chave deste sistema é que precisa de pernas e de físico. E Eriksen e Casemiro são provavelmente as duas partes mais fracas dos seus jogos, o que não ajuda. Mas continuo a dizer que se eles pudessem treinar e ele pudesse implementar as suas filosofias, esses dois jogadores não pareceriam tão deslocados. Por isso, não acho que seja tão simples como 'vamos meter dois jogadores mais móveis e tudo vai melhorar'. Continuo a pensar que vamos ter os mesmos problemas", apontou.