Arrigo Sacchi, histórico treinador italiano, sai em defesa do português
Corpo do artigo
Com apenas dois pontos somados em três jornadas da Serie A, Paulo Fonseca está longe de ter o arranque desejado no Milan. O treinador português tem ainda de lidar com o polémico episódio protagonizado por Rafael Leão e Theo Hernández no empate (2-2) contra a Lázio, quando ambos se mantiveram afastados do banco na pausa para hidrataçao.
O contexto é difícil, mas Arrigo Sacchi, histórico treinador italiano que passou pelo Milan, coloca-se ao lado de Fonseca. "No Olímpico, a equipa apresentou um desempenho de duas caras. Na primeira parte, vi uma equipa mais compacta em comparação com os jogos anteriores e, embora alguns jogadores ainda não estejam em plena forma, conseguiu jogar com um ritmo decente. No segundo tempo, porém, o Milan desorganizou-se, as distâncias entre os setores perderam-se, e cada jogador passou a atuar de maneira independente, o que não é ideal. Portanto, houve melhorias na primeira parte e os defeitos habituais na segunda. Onde está a verdade, descobriremos apenas nos próximos jogos", afirmou, em entrevista ao Il Messagero.
"Não acho justo culpar Fonseca: deixem-no trabalhar em paz e, depois, poderemos formular um julgamento mais equilibrado. Se os dirigentes o escolheram, certamente tinham bons motivos. Não se pode reprovar um profissional após três partidas: é injusto e, sobretudo, pouco correto. Para construir uma casa, é necessário tempo, tijolo por tijolo. Podem cometer-se erros, fazer correções, e ao término da obra, tiram-se as conclusões", vincou, abordando depois Rafael Leão e Theo Hernández.
"O caso envolvendo Theo Hernandez e Leão gerou bastante debate. Não conheço as dinâmicas dentro do grupo e não me atrevo a julgar. No entanto, digo que as escolhas do treinador, mesmo quando se pensa que estão erradas, devem ser sempre respeitadas pelos jogadores. Fonseca está lá para dar uma alma e um estilo de jogo à equipa. Se ele deixou o Theo e Leão de fora, deve ter pensado muito sobre isso: os treinadores não montam as suas equipas ao acaso. Quanto a Leão, digo o seguinte: é um jovem com grandes qualidades, mas nem sempre consegue mostrá-las. Ele precisa trabalhar bastante para dar aquele salto de qualidade que todos esperam dele", rematou.