Uma mulher contou ao jornal Daily Mail que, em 2015, quando tinha 19 anos, foi violada por um jogador que compete atualmente na Premier League durante uma festa na sua casa.
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"Na sua mente, eu sou provavelmente apenas uma rapariga com quem ele dormiu. Mas nunca foi assim que o vi a ele. Ele sempre foi um violador e penso nele todas as semanas. Ele nem se deve lembrar do meu nome nem me reconheceria se passasse ao meu lado na rua. Mas eu gostaria de saber o que ele acha que aconteceu naquela noite. Adoraria saber".
É assim que começa o relato, ao jornal Daily Mail, de Chloe, uma jovem mulher que alega ter sido violada em 2015, quando tinha 19 anos, por um jogador que atualmente compete na Premier League, durante uma festa em sua casa.
O jogador em questão, cuja identidade não foi revelada, era na altura um jovem que integrava uma academia de elite em Inglaterra, tendo comparecido a um festa em contexto universitário na casa da denunciante, que partilhava com várias colegas.
"O facto de ele jogar futebol foi uma das primeiras coisas que disse quando chegou. Mas eu não senti qualquer tipo de atração por ele, nem de perto. Eu pensei que ele era um otário a partir do momento em que entrou na casa", começou por contar.
"As pessoas começaram a beber e eu bebi um shot duplo de vodca. Naquela fase da minha vida, eu não conseguia aguentar bem a bebida", prosseguiu, explicando que a dada altura da noite, acabou por encontrar-se no seu quarto, juntamente com o jogador.
"Estávamos três no meu quarto - eu, ele e uma rapariga com quem vivia. A porta estava toda aberta, a minha colega saiu do quarto e eu disse-lhe: 'Não feches a porta', porque não ia acontecer nada. Eu não queria claramente nada sexual. A partir daí, as coisas ficam muito difíceis de conectar, daí eu focar-me nesse comentário sobre a porta, para ter certezas. A próxima coisa de que me lembro é a minha colega de casa a bater à porta e a perguntar: 'O que se está a passar?' [O jogador] Cobriu-se com uma almofada e deixou-a entrar. Fiquei surpreendida por ele ter sequer aberto a porta", admitiu.
Depois da violação, Chloe veio a descobrir um novo horror, que o jogador tinha filmado o ato, mostrando-o imediatamente a várias pessoas que estavam na festa.
"Eu estava na cama, sem me conseguir mexer. O meu vestido estava levantado mas ainda no meu corpo. Isso traz certezas, porque caso contrário por que razão eu teria o meu vestido dessa forma se quisesse ter sexo? Eu não conseguia perceber o que se tinha passado. Ele fimou tudo e a minha colega de casa, que tinha ouvido falar sobre o vídeo, veio perguntar-me o que tinha acontecido. Eu não sei exatamente o que foi partilhado. Uma parte minha gostaria de ter visto o vídeo, porque teria algum tipo de prova. Eu não faço ideia do que aconteceu. Ainda penso na minha mente de como passou de ele estar sentado numa cadeira para aquilo...", recordou.
A mulher nunca chegou a reportar o episódio às autoridades, justificando essa decisão com o facto de muitas vezes as denúncias de crimes sexuais contra celebridades serem desvalorizadas na opinião pública. Chloe revelou ainda que a única pessoa a quem falou sobre o assunto foi o seu namorado, devido a ter sofrido episódios de ataques de pânico.
"Esta é a única forma que eu o faria [sob anonimato]. Se denunciares alguém aos olhos do público, é garantido que as pessoas vão pensar que só queres dinheiro ou fama. Tu própria já te perguntas a ti mesma se a polícia, o teu namorado ou a tua irmã vão acreditar em ti. 'Será que vão achar que é sério ou mau o suficiente?'", lamenta.
"Honestamente, porque é que eu deveria considerar ir à polícia quando é tão difícil entrar sequer nos serviços da Procuradoria da Coroa? Mesmo que haja cinco outras vítimas, a primeira coisa que o advogado de defesa vai fazer é tentar separar esses casos. Mesmo que o caso chegasse a tribunal, eu seria completamente aniquilada por um advogado que me faria sentir sem valor. O sistema não é feito para proteger as vítimas de violência sexual. Quais são os outros crimes que denuncias e és imediatamente acusada de estar a mentir? Eu provavelmente preferia estar morta do que ter pessoas a dizerem que estou a mentir", remata, em jeito de reflexão.
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