Treinador recordou a passagem pelo Chelsea e a temporada 2004/05, a primeira no banco do clube londrino
Corpo do artigo
José Mourinho recordou a chegada ao Chelsea em 2004/05, após uma passagem gloriosa pela FC Porto, tendo, nessa mesma época, conquistado o título de campeão inglês com apenas uma derrota e os rivais bem distantes.
"As pessoas do Arsenal, do Manchester United, do City, estão-se nas tintas para o Chelsea 2004/05. Tal como nós, o Chelsea, estamos a borrifar-nos para os Invencíveis ou para o que eles fizeram. O que importa é o que nós sabemos. O que sabemos, o que fizemos e o que partilhamos entre nós", afirmou o atual técnico do Chelsea ao The Telegraph.
“A razão pela qual fui para o Chelsea deveu-se às reuniões que tive com Roman [Abramovich] e Peter Kenyon, e o objetivo do clube, antes de ser o meu objetivo, era ganhar a Premier League o mais rapidamente possível. E, claro, isso poderia ser na primeira época. Essa tinha de ser a motivação. Tive a sensação de que Roman queria fundamentalmente uma mudança de mentalidade. Lembro-me que a primeira vez que fui a Stamford Bridge foi antes da final da Liga dos Campeões [com o FC Porto]. Qualifiquei-me para a final na terça-feira e na quarta-feira fui a Stamford Bridge para o Chelsea-Mónaco. O primeiro tipo que veio ter comigo disse-me: 'Não te queremos aqui, adoramos o Ranieri'. Essa foi a minha primeira experiência em Stamford Bridge", lembrou.
Mourinho vincou que conhecia bem os jogadores do clube londrino. "Quando cheguei ao FC Porto, disse-lhes: 'Na próxima época vamos ser campeões'. Não podia ir para o Fenerbahçe e dizer: 'Na próxima época vamos ser campeões'. É preciso senti-lo, é preciso saber o que se tem nas mãos. Conhecia bem os jogadores do Chelsea antes de chegar. Estudei-os, analisei-os. Não queria fazer a escolha errada. Queria ir para o clube certo. Tinha possibilidades noutros clubes, por isso analisei e vi isso. Vi este potencial", sublinhou. "Claro que comprámos jogadores fantásticos. Mas jogadores fantásticos já lá estavam - Lampard, Joe Cole, Terry, William Gallas, Eidur Gudjohnsen. Estes jogadores já lá estavam, mas precisávamos de uma cultura diferente. E penso que a cultura diferente começou logo no primeiro dia. Tudo era competitivo, todos os exercícios eram competitivos. Mais tarde, costumava chamar-lhes os meus animais de uma forma doce. Senti os animais quando estavam a crescer. John, Frank, Didier, Makélélé, estes tipos estavam a chegar. Vinham na direção do que eu queria", observou.