Palavras do treinador do Fenerbahçe após a estreia vitoriosa na Liga Europa, diante do Union Saint-Gilloise
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O Fenerbahçe, treinado por José Mourinho, entrou esta quinta-feira a vencer na fase regular da Liga Europa, derrotando os belgas do Union Saint-Gilloise por 2-1, em Istambul, com golos de Soyuncu (26’) e Burgess (82’, na própria baliza), contra apenas um de Sykes (90+3’).
Depois de ter sofrido a sua primeira derrota na Liga turca ao perder em casa com o grande rival Galatasaray (1-3), o técnico português regressou assim aos triunfos, tendo sido questionado no final do jogo sobre se o “efeito Mourinho” irá levar o gigante turco à conquista de títulos esta época.
Em resposta, o “Special One” salientou que a temporada ainda está no início, mas salientou o seu palmarés e a sua dedicação diária para reforçar que esse é, de facto, o seu grande objetivo à frente do Fenerbahçe.
“O que chama de efeito Mourinho são os troféus. Não há troféus para ganhar em setembro, como é que vê o efeito Mourinho? Ganhei troféus em todos os clubes por onde passei, só não ganhei no Tottenham porque saí do clube dois dias antes da final da Taça. Portanto, o efeito Mourinho que criei em todos os clubes foi o de ganhar troféus. Lamento muito. Não o podemos fazer em setembro”, apontou, em conferência de imprensa.
“Este jogo tinha duas facetas: uma era a Liga Europa e a outra era a dificuldade do primeiro jogo depois de uma derrota importante. Depois desse jogo, foi uma semana em que houve um pouco de prazer em deitar as pessoas abaixo. Não sou um especialista em linguagem corporal nem um juiz num concurso de dança. Conheço bem o lado emocional do futebol”, prosseguiu.
Com base nesse lado emocional, Mourinho referiu que tal como a derrota com o Galatasaray não foi encarada como um desastre irrecuperável no balneário do Fenerbahçe, também esta estreia vitoriosa na Liga Europa não terá uma importância superlativa aos olhos da sua equipa.
“Os jornalistas têm um efeito na forma como os adeptos pensam, a forma como se faz negócio tem algo a ver com isso. Talvez sejam vocês que precisam de mudar, trabalham demasiado. Não sei quantas horas trabalha, mas eu trabalho pelo menos 12 horas por dia. Durmo nas instalações para não perder tempo. Istambul é uma cidade bonita, mas não vim para cá de férias, vim para trabalhar. Toda a gente no clube faz isso, temos um bom ambiente de trabalho", vincou.
"Tento sempre incutir e explicar isto às pessoas: posso ter sucesso de vez em quando, mas quando as coisas correm bem não se vai à Lua, e quando as coisas correm mal não se vai ao inferno. Esta é a minha filosofia. Trabalho muito e não vou para a Lua, nem vou para o inferno. Queremos ir à Lua, mas é demasiado longe. Às vezes tentam empurrar-nos para o inferno, mas as pessoas esforçam-se para não ir. Ganhei 26 troféus e 5,5 taças europeias - digo metade, porque me roubaram uma taça europeia, nunca me esquecerei disso. A razão para conseguir tudo isto é que trabalho muito. Também trabalho muito no Fenerbahçe, eu e toda a gente no clube trabalhamos muito”, concluiu.