O "Special One" garante que ainda não decidiu se vai sair ou não do Real Madrid e recorreu a factos para provar que, ao contrário do que querem transmitir, a sua passagem pelo clube foi bem sucedida
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Depois de, terça-feira, ter confessado que poderia ir para onde o desejassem, José Mourinho revelou esta sexta-feira que ainda não decidiu se vai sair ou não do Real Madrid. "A minha mulher e os meus filhos serão os primeiros a saber", adiantou, garantindo que só no final irá discutir o futuro com Florentino Pérez. "Até lá faltam cinco jogos do campeonato e um da Taça do Rei", vincou.
Além da eliminação da Liga dos Campeões, José Mourinho não consegue disfarçar algum desalento pelo facto de ser tão criticado em Espanha. Aliás, ainda nesta conferência de Imprensa lhe perguntaram: 'Se sair, o seu palmarés será de uma Liga, uma ou duas Taças e uma Supertaça. Consideraria isso triunfar?'.
O português encaixou a pergunta, mas devolveu uma resposta baseada em factos. "Penso que quando se valoriza o meu trabalho, nunca se fala de títulos. E a culpa é minha, porque já ganhei tanto, tanto, tanto que as expectativas são altas. Mas vim preparado para quando me perguntassem isso", afirmou o português, enquanto, por entre risadas dos jornalistas, ia ao bolso tirar um papel com algumas anotações.
"Vou socorrer-me dos meus famosos papeis para vos dizer: a liga dos recordes é minha. Podem querer apagá-la, mas não o conseguirão. 20 anos sem ganhar uma taça; isto não é fácil. Também não poderão apagá-lo. A Supertaça é pequenina, mas as três meias-finais da Champions, que a mim não me alimentam o ego nem me deixam satisfeito, que fique bem claro, também não é fácil. Digo-vos que não deve ser fácil porque Toshack, Di Stefano, Beenhakcker, Floro, Capello, Heynckes, Del Bosque Queiroz, Remón, Camacho, Luxemburgo, Juande, Schuster e Pellegrini. Foram 18 treinadores em 21 anos e cinco meias-finais da Champions em 21 anos. E o mau do Mourinho conseguiu três em três anos", lembrou.