Morata nega ligação a apostas e Fagioli reage: "Peço desculpa aos envolvidos pelos meus erros"
O nome do espanhol surgiu hoje ligado ao caso das apostas ilegais em Itália, pois foi mencionado por Fagioli em mensagens intercetadas pelas autoridades
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Álvaro Morata foi esta segunda-feira associado ao caso das apostas ilegais de jogadores de futebol em Itália, por ter sido mencionado em mensagens por Nicolò Fagioli, seu ex-colega na Juventus, mas o espanhol nega qualquer envolvimento no esquema cujos pagamentos eram feitos através de Rolex de uma relojoaria em Milão.
"Compro os Rolex ao Morata", disse Fagiolo em mensagens intercetadas pelas autoridades.
"Quero esclarecer que no único que ajudei o Fagioli nestes anos foi ao dar-lhe conselhos sobre a sua carreira, como amigo e uma pessoa com mais experiência que ele. Nunca soube de nada da sua situação [dependência e dívidas por apostas ilegais]. Quero muito o Nicolò e espero que possa resolver rapidamente os seus erros, mas não tenho nada a ver com a sua situação e peço que não difundam notícias falsas nem mentiras. Repito: nego todas as informações que saíram porque são falsas", escreveu Morata em publicação nas redes sociais.
Pouco depois, surgiu uma publicação sentida do próprio Fagioli a pedir desculpa por ter envolvido colegas no escândalo das apostas: "Paguei a minha dívida para com a justiça. Com uma condenação e uma desqualificação sacrossanta, com uma humilhação contínua e justificada, com a vergonha sentida e o risco de nunca mais me levantar. Falei da minha patologia, uma patologia grave, nas escolas, à minha família, aos meus amigos e à imprensa. Essa mesma imprensa que muitas vezes aborda as questões sérias da minha doença e a forma de lidar com elas, mas que hoje volta a ridicularizar-me. Mais uma vez. Carreguei o fardo de ter feito algo de mau. De ter desiludido todas as pessoas que acreditaram em mim. Não é certamente nada de novo: sem qualquer vitimização, passei por um período negro, sofri de uma doença grave e isso não é de forma alguma uma justificação. Mas ver todo este alarido mediático está a fazer-me reviver esses fantasmas. Não, desta vez não está certo. Cometi um erro, paguei, sem ter magoado ninguém para além de mim e das pessoas que estavam ao meu lado. E como qualquer pessoa que comete um erro e paga, tenho todo o direito de levantar-me. Toda a gente, mesmo quem escreve hoje, pode cair e cometer erros. O importante é ser capaz de o reconhecer e acredito que a força de um homem reside na sua capacidade de se levantar. Na altura, tinha 19 anos e o vício do jogo tinha-se apoderado de mim. Arrependi-me, mas a vida deu-me uma segunda oportunidade e gostaria de a aproveitar, tendo já cumprido a minha pena. Peço respeito agora, depois de ter enfrentado um julgamento, depois de ter recebido uma sentença justa. Peço desculpa a todos os meus colegas, a todos os meus amigos que, devido aos meus erros, se encontram, apesar de tudo, envolvidos ou citados - nem que seja apenas numa linha do jornal - nesta situação, apenas por me terem ajudado. E agradeço à Fiorentina, à Juventus, aos meus amigos e à minha família, que nunca deixaram de apoiar-me e de ajudar-me num momento difícil. Mesmo que eu os tenha desiludido. Não voltarei a falar do assunto, agora só tenho de pensar em dar o meu melhor em campo."