Moçambola com financiamento para transportes dos clubes até final da época
Campeonato foi suspenso há duas semanas
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A Liga Moçambicana de Futebol (LMF) assegurou esta quinta-feira que há garantias financeiras para custear as deslocações aéreas dos clubes até ao final do Moçambola de 2025, suspenso há duas semanas, após apoio de parceiros e do Governo.
“Se fazemos esta comunicação é porque temos garantias de que a Liga de futebol vai conseguir pagar o custo das passagens à LAM [Linhas Aéreas de Moçambique]”, declarou o presidente da LMF, Alberto Simango, em conferência de imprensa, em Maputo, acrescentando que esses pagamentos poderão até “ser feito pelas empresas ou pelos parceiros diretamente” e não pelos 14 clubes.
O dirigente garantiu que a “situação crítica” provocada pelo atual custo das passagens aéreas na LAM, para os clubes do principal campeonato de futebol, foi ultrapassada após “um longo trabalho de negociação com vários parceiros”, assim como com o Governo, que envolveu os ministérios dos Transportes e do Desporto, além de patrocinadores privados.
Dívidas de 100 milhões de meticais (cerca de 1,3 milhões de euros) dos clubes que disputam o campeonato competição à LAM levaram a companhia a suspender a venda de bilhetes e a LMF cancelou, há mais de duas semanas, os jogos da sexta jornada da competição, que será retomada progressivamente a partir de sábado.
Simango adiantou que o campeonato será reatado nos moldes habituais e irá decorrer até à sua conclusão, com ajustes no calendário para compensar a paragem: “Vamos ter Moçambola daqui em diante até ao fim”.
Com exceção de um jogo, que não exigia transporte aéreo, a sexta jornada do Moçambola foi adiada em 10 de julho, na altura sem novas datas, com a LMF a alegar "constrangimentos" nas viagens de avião das equipas.
O presidente da Federação Moçambicana de Futebol (FMF), Feizal Sidat, lamentou hoje os problemas no arranque do Moçambola de 2025, previsto inicialmente para março e que aconteceu apenas em maio, devido a problemas logísticos para garantir o transporte aéreo das equipas.
"Fomos surpreendidos pela paragem do Moçambola (...). É preocupante, mancha a própria prova", criticou Sidat, exigindo soluções à LMF: "Não podemos brincar aos futebóis. A competição tem de começar e acabar".
Confrontado pelos jornalistas com estas críticas, o presidente da LMF escusou-se a comentar.
O arranque da edição de 2025 do campeonato moçambicano, inicialmente previsto para 26 de março, já tinha sido adiado para 17 de maio, devido a questões logísticas e económicas.
Na origem deste adiamento, face ao calendário inicial, estiveram, segundo a informação de então da LMF, questões logísticas, relacionadas com problemas nos transportes aéreos no país, mas também económicas, devido ao “contexto” que Moçambique vive, após um conturbado processo eleitoral e forte agitação social nas ruas nos últimos cinco meses.