Acordo entre a associação de classe e o Instituto Nacional de Segurança Social visa combater a miséria no fim da carreira.
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O Sindicato dos Jogadores de Futebol de Moçambique (SJFM) e o Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) assinaram um acordo visando mobilizar os clubes a fazer descontos para o INSS, disse à Lusa, esta terça-feira, o presidente daquela organização sindical.
António Gravata afirmou que o entendimento, subscrito na segunda-feira, abre caminho para que o sindicato e o INSS sensibilizem os clubes a descontarem três por cento dos salários dos jogadores e a comparticiparem em quatro por cento para a Segurança Social.
"A transferência de descontos para a Segurança Social é obrigatória para todas as entidades patronais e os clubes não podem ser exceção, é uma questão de lei", declarou António Gravata, ex-jogador de futebol profissional.
Para cumprirem as obrigações junto do INSS, os clubes moçambicanos terão de adotar uma gestão mais rigorosa e profissional, disse o presidente do SJFM.
"As contas dos nossos clubes são mal geridas, chegam a pagar salários que não são realistas para o contexto moçambicano, para depois termos casos de jogadores sem salários durante meses", declarou António Grava, ou Tony nos meandros desportivos.
A canalização das prestações dos atletas para o INSS, prosseguiu, vai assegurar-lhes uma verba no final das carreiras ou em caso de incapacidade, devido a lesão, quando tiverem feito o mínimo de carreira contributiva.
"A vida de um desportista é muito curta e é preciso acautelar o futuro ainda cedo, para acabarmos com as situações de mendicidade que se veem nos ex-atletas. O final de carreira não deve ser um drama, como acontece atualmente", afirmou António Gravata.
Citada em comunicado distribuído hoje, a secretária permanente do INSS, Maria da Graça Mula Macuácua, afirmou que o acordo vai contribuir para a consciencialização dos agentes desportivos e entidades empregadoras desportivas sobre a importância de se garantir a proteção social.
Com o acordo, "estarão abrangidos os clubes de futebol, jogadores e colaboradores destes, bem como jogadores que não se encontram filiados a nenhum clube por inatividade decorrente da interrupção ou fim da carreira desportiva e desportistas no geral", explicou Maria da Graça Mula Macuácua.