Melhor jogador da final da CAN'2023 foi vítima de fraude aos 12 anos

Simon Adingra foi um dos principais heróis da Costa do Marfim na CAN’2023, tendo assistido ambos os golos da seleção na vitória frente à Nigéria (2-1), do português José Peseiro, na final da prova, em que foi eleito o melhor jogador em campo. 

Um dia depois dessa conquista, o extremo do Brighton, que também venceu o prémio de melhor jogador jovem da competição, falou ao jornal belga “DH Les Sports”, sobre as suas origens humildes, com especial foco na forma como foi alvo de uma fraude que o deixou “abandonado” no Benim quando tinha apenas 12 anos de idade. 

Tudo começou quando um homem que se fazia passar por treinador convenceu a família do jogador, atualmente de 22 anos, a levá-lo para uma suposta academia de futebol naquele país, onde poderia cumprir a formação a troco de 300 euros. 

Quando chegou ao Benim, tal como vários compatriotas, Adingra foi deixado à sua sorte, não tendo “ajuda de ninguém”, vendo-se obrigado a fazer pequenos trabalhos esporádicos para conseguir sobreviver. 

A dada altura, um compatriota acabou mesmo por criar uma academia de futebol no país, depois de ter encontrado vários jovens, entre os quais Adingra, na rua: “Foi destino”, assumiu. 

Eventualmente, o extremo deu o salto até à academia Right to Dream, no Gana, de onde se transferiu em 2020 para o Nordsjaelland, da Dinamarca. Dois anos depois, deu entrada na Premier League pela porta do Brighton, a troco de oito milhões de euros, ainda que tenha sido emprestado aos belgas do Union St. Giloise na sua época de estreia no clube inglês. 

Depois de ter explodido na Bélgica com 15 golos e 12 assistências em 51 jogos, Adingra estreou-se esta temporada pelos seagulls, onde já leva cinco tentos e três passes para golo em 23 partidas.

Já na Costa do Marfim, marcou por duas ocasiões em dez internacionalizações e, apesar da sua tenra idade, o jovem já é visto como uma estrela no novo campeão africano.