"Mbappé não nos pertence e é livre de fazer o que quiser, aqui ou noutro lado"
Bixente Lizarazu, antigo campeão do Mundo pela França, defendeu que Mbappé tem o direito de deixar o PSG a custo zero em 2024 sem que isso resulte em rancor junto dos adeptos franceses.
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Bixente Lizarazu, campeão do Mundo pela França em 1998, defendeu esta segunda-feira que Kylian Mbappé tem o direito de sair a custo zero do PSG em 2024, altura em que o seu contrato expira, sem que isso resulte em rancor junto dos adeptos franceses, caso esse seja o seu desejo.
"Não há nada que me ofenda ou choque no anúncio de Kylian Mbappé de que não vai prolongar o seu contrato em Paris para além de 2024. O PSG deu-lhe a opção de não exercer [o ano adicional] quando assinou o seu novo contrato há um ano, por isso não vejo o que é que os diretores podem ter contra ele agora. Se aceitar ser vendido este verão, é com ele, mas se quiser manter o seu contrato, como é seu direito, a sua escolha é mais do que respeitável. Não vejo porque é que ele se deve sentir obrigado a deixar uma receita de transferência ao PSG", começou por escreveu, na coluna de opinião que detém no L'Équipe.
O antigo defesa esquerdo, que representou o Bordéus, Athletic Bilbau, Bayern e Marselha na carreira, considera que o PSG só se pode culpar a si mesmo pela falta de vontade do avançado francês em prolongar, para já, a sua estadia no clube, tendo em conta a falta de evolução em contexto europeu desde a sua última renovação, em maio de 2022.
"Ao prolongar o seu contrato, ele deu ao clube uma nova oportunidade de construir um verdadeiro projeto desportivo e uma equipa capaz de vencer a Liga dos Campeões, mas é forçado a admitir que nada mudou desde então. Ser o homem que daria ao PSG a sua primeira Liga dos Campeões era, sem dúvida, a sua grande esperança, mas essa esperança está agora a desaparecer. Fez pressão, enviou mensagens, mas continua a não ver nada. Se olharmos para a última temporada, posso entender por que ele está cético e não quer se comprometer além de 2024", frisou.
Em jeito de conclusão, Lizarazu abordou os rumores que colocam Mbappé nos planos do Real Madrid para 2024, dizendo que o jogador não deve nada aos franceses e que deve poder fazer o que quiser, sem julgamentos ou rancor por parte dos adeptos.
"Seja no Real Madrid ou em qualquer outro lugar, o mais importante para mim é que ele continue a progredir e que continue a ser tão bom como sempre foi com a seleção francesa. Deixar a França não impediu Michel Platini ou Zinédine Zidane de entrar no coração dos franceses. Por isso, se o PSG não puder oferecer-lhe o sonho da Liga dos Campeões que lhe é devido, pior para ele. O problema, visto de França, é que os adeptos e os observadores tendem a jogar com as emoções, a pedir-lhe que assuma uma responsabilidade que ultrapassa o simples papel desportivo. Até o Presidente da República deu a sua opinião. Dizemos-lhe o que tem de fazer, analisamos o que faz, o que diz, como se fosse nosso ou nossa propriedade. Mas Kylian Mbappé não nos pertence, é livre e tem o direito de fazer o que quiser, quando quiser. Aqui ou noutro lugar", rematou.
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