Declarações de Marco Silva, treinador português do Fulham, que se encontra a cumprir um estágio de pré-época em Lagos, no Algarve
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Passagem pelo Sporting: “Deu-me uma coisa boa, olho para aquela época [2014/15] com um final de sucesso com a conquista de uma prova importante [Taça de Portugal]. A Taça da Liga era uma competição para colocar jogadores mais jovens por uma questão de divergência com a liga, o campeonato não foi totalmente conseguido, ficámos em terceiro e sabemos que não era o mesmo Sporting de agora. Na Taça foi um objetivo conseguido numa tarde memorável. Quando se vai de épocas marcantes no Estoril e se atinge o topo do futebol português, os grandes, logo por aí é um momento de aprendizagem e de desafios diferentes, com a Champions. E depois as circunstâncias da época, com momentos positivos e menos positivos, também os adeptos foram importantes, mas todos esses momentos fazem-nos crescer para analisar tudo à volta do dia-a-dia e começar a olhar de forma diferente para o passo seguinte, que foi o OIympiacos, onde cheguei mais preparado”.
Treinou o Sporting na altura errada? “Óbvio que o Sporting naquele momento não era o mesmo de agora. O Leonardo [Jardim] tinha estado antes de mim e ficou num segundo lugar importante, mas era um Sporting diferente, em transição, naquele momento não tão forte financeiramente. Os clubes vivem de ciclos e agora está num ciclo de vitórias, o FC Porto e Benfica também já os tiveram e quanto mais fortes esses ciclos, mais fortes os clubes ficam, mas não olho dessa forma. Estava numa fase de crescimento da carreira e em termos de desenvolvimento de clube em Portugal”.
Equipa mais difícil que defrontou? “O City do Guardiola, também tive grandes jogos com o Liverpool de Klopp, que era difícil de controlar pelo ‘rock and roll’, mesmo no ano passado foi assim, mas o melhor City do Guardiola foi a melhor equipa da Europa e do Mundo”.
Melhor jogador que viu? “Kevin de Bruyne, via coisas que os outros não conseguiam ver e tem algo que custa muito dinheiro: a tomada de decisão. Em cada 10 ações, nove ou 10 eram para o jogador certo e isso faz toda a diferença”.
Morte de Diogo Jota: “É a primeira vez que falo em público desta forma, depois de tudo o que aconteceu. Em nome pessoal, da minha equipa técnica e do clube, os meus sentimentos e força para a família e também para o Liverpool. É sempre um momento muito triste e ainda mais para os portugueses, perderam-se dois jovens jogadores. Nos momentos que tive com ele, ele marcou-me alguns golos como o grande jogador que era, mas o que saltou à vista era a sua simplicidade. Não tínhamos grande relação, éramos apenas adversários, mas era o que saltava à vista e é por isso que ele era uma pessoa adorada. Tudo o que tem sido este carinho à sua família é mais do que justo, ambos merecem”.