Marco Silva comenta interesse do Tottenham: "Quando um treinador não está bem..."
Treinador participou como orador no terceiro painel do segundo dia do Fórum de Treinadores, que decorre no Centro de Congressos e Desporto de Matosinhos. O técnico do Fulham comentou o interesse do Tottenham, sublinhando que tem contrato mais um ano com o emblema de Londres
Corpo do artigo
É apontado como próximo treinador do Tottenham
“Não tenho muitos comentários a fazer, sinceramente. Acho que não é a primeira vez que acontece. Acho que faz parte do negócio que é o futebol. Infelizmente ou felizmente, quando algum treinador não está bem, começa-se a falar de outros tipos de treinadores. Faz parte. Já passei pelo mesmo, quer no sentido ou no outro. E aquilo que é o meu trabalho, aquilo que é o meu foco, que é o presente neste momento, não altera absolutamente nada.”
Fruto do bom trabalho que tem feito no clube onde está?
“É uma situação natural quando os objetivos são conseguidos, quando há bons resultados. Mas acima de tudo, quando a equipa joga de uma forma que reconhecem qualidade e que há claramente uma evolução quer dos jogadores, quer do próprio clube.”
Quando se chega a um patamar como a da Premier League, é difícil depois descer o degrau e treinar em campeonatos como o português ou outros mais abaixo?
“São dez anos, já é muito tempo. Parece pouco, mas realmente são muitos anos, num país como a Inglaterra, com o futebol inglês tão competitivo, é muito complicado, mas felizmente tem sido um prazer enorme, tem sido um orgulho enorme. E naturalmente uma evolução também muito grande da nossa parte, enquanto equipa técnica. São contextos diferentes, já é o quarto clube na Premier League. Eu não vejo como um passo atrás qualquer tipo de decisão que se possa vir a tomar. Quando se toma uma decisão é a que achamos melhor no momento, que é a mais consciente e é aquilo que queremos para o nosso futuro."
Futuro
“Neste momento, tenho contrato no clube, estou satisfeito no clube, há objetivos a cumprir. Estamos em mais uma temporada que tem sido excelente a todos os níveis e colocando o clube num patamar que nos últimos 15, 20 anos não estava todo habituado. E esse é o objetivo no momento. Tudo o que possam ser decisões no futuro, neste momento não se coloca em causa sequer porque tenho contrato, tenho mais de um ano de contrato com o clube. Nunca será visto como um passo atrás na minha carreira. Tive algumas decisões que tomei ao longo da minha carreira, algumas delas com algum risco e não as vi como um passo atrás. Vi sempre uma decisão de risco, olhando sempre para aquilo que depois queria no futuro. E se alguma vez tiver que acontecer, não estou a referir ao futebol português, seja num outro campeonato qualquer, será sempre consciente que é o melhor no momento.”
Análise aos outros treinadores portugueses na Premier League?
“O treinador português está bem. Já tive momentos em que estive sozinho também. Sinceramente, é melhor ter companhia. O mercado português dos treinadores em Inglaterra, neste momento, representa 20 por cento da Premier League. Acredito que os espanhóis ainda representam mais também. É sinal da qualidade e do bom trabalho que têm feito. Diferentes clubes, diferentes desafios também, mas, acima de tudo, um desafio enorme que é a Premier League. Alguns acabaram de chegar. Eu e o Nuno já com mais tempo. Há pouco tempo estive com o Vítor. Nota-se que está feliz, nota-se que atingiu algo que ele sempre sonhou atingir, que é sentir o que é a adrenalina, o que é a intensidade da Premier League. E o Rúben também acabou de chegar. E, claramente, um objetivo também muito grande que é colocar o Manchester United no lugar onde tem de estar."
Castigo instaurado a Paulo Fonseca
“Enviei uma mensagem normal de apoio. Não que o Paulo precisasse, tem a maturidade e a experiência suficiente para lidar com todo este momento. Muito, muito satisfeito de perceber que a equipa continua a ter bons resultados. Isso é o que me deixa satisfeito, acho que demonstra a qualidade que ele tem, porque depois de tudo o que aconteceu, os resultados seguintes foram ao mesmo nível, ou ainda melhor. Não está a ser fácil para ele, de certeza, mas acho que o futuro vai repor um bocadinho aquilo que é a verdade.”
Decisão política
“Não sou a pessoa mais indicada para falar, até porque não tenho conhecimento profundo daquilo que é a liga francesa e a entrar por caminhos que não quero, não são justos e não gosto de falar quando não tenho conhecimento de causa. Pelo que li e pelo que soube que aconteceu, algumas semanas antes daquele acontecimento, com o treinador do Marselha e com algum diretor do Marselha também, parece-me a mim que foi um bocado tudo muito perto uma situação da outra que possivelmente originou um castigo maior.”