Em entrevista à imprensa brasileira Marcelo Boeck revelou não ter pedido dispensa por causa do aniversário do filho, antes ficou em terra por opção técnica. "Se olharmos pela janela, parece algo surreal", descreveu.
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"Não viajei por opção técnica. Nos últimos meses, esta era a opção do treinador. Eu até fico constrangido com esta situação. A minha esposa disse-me, era para eu estar lá", afirmou o antigo jogador do Sporting e Marítimo em entrevista ao "Show dos Esportes".
"Hoje o dia foi estranho. Ontem foi o aniversário do meu filho e eu dormi tarde. Às três horas da manhã o telefone começou a tocar, eu desliguei. Tocou de novo e de novo. Quando toca a essa hora, nunca é coisa boa. Eram os meus familiares a ligar. Eu dizia "alô" e todos diziam "Graças a Deus você atendeu". Quando liguei a televisão, vi as primeiras imagens, com pouquíssimas informações, foi um baque muito grande" afirmou
O atleta foi logo cedo para a Arena Condá, estádio do Chapecoense, para se manter atualizado do que se ia passando no resgate na Colômbia e poder dar algum conforto aos familiares dos que viajaram com a equipa.
"Hoje Chapecó morreu junto. Se olharmos pela janela, parece algo surreal (...) Os amigos dos meus filhos não têm mais os pais. As amigas dos meus companheiros agora não tem mais maridos", comentou. "São coisas que vão ficar guardadas na nossa memória. Nunca achamos que isto vai acontecer com a gente. Eu luto tanto para ser titular, estar nos jogos, etc. Em momentos como este, vemos que o futebol não é tudo na nossa vida", disse o jogador.