Manuel Pablo sobre o Corunha: "Pensas que o pesadelo vai acabar. Mas, não"
Manuel Pablo foi campeão no Corunha e segue ligado ao emblema de Riazor atirado para as profundezas. Uma travessia no deserto que não suspende a crença de 28 mil sócios.
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Em 1999/00, a Corunha era um mundo encantado, comemorava-se um título que se pressentira e aproximara outras vezes, o Riazor uma procissão fascinada ao longo dos anos por craques como Bebeto, Mauro Silva, Rivaldo, Fran, Djalminha ou Valerón. De lá para cá, muito mudou... e o Depor perdeu a aura de “Super”, penando hoje na Primeira Preferente, terceiro escalão espanhol. Tempos difíceis e conturbados, angustiantes pela pressa de uma subida não correspondida. Manuel Pablo, 47 anos, treinador dos juvenis do Depor, é um símbolo da era vitoriosa dos corunheses, que ostenta os galões de vencedor da Liga Espanhola, carregando tão lindo escudo 18 épocas, fazendo um total de 458 jogos, dominando o lado direito da defesa. Ele personifica o vínculo com o passado, uma receita que todos ansiavam inspiradora para corrigir a história recente.
“É um trajeto bonito mas sabemos que estamos perante uma situação difícil. Têm acontecido muitas mudanças, o Depor caiu num contexto desportivamente complicado, mergulhou no fundo”, desabafa. “Não se esperava que tal durasse muito, julgávamos algo passageiro mas está a custar. Torna-se triste, porque é um clube com apoio esmagador, praticamente 28 mil sócios, gente com tantas ilusões. Estás sempre a pensar que o pesadelo vai acabar mas...”, lamenta o antigo lateral que se iniciou no futebol no Las Palmas.