Mangala não era opção e teve conversa com Guardiola: "Disse-me com muita sinceridade..."
Eliaquim Mangala deu uma entrevista ao site Get French Football News em que recorda a saída do FC Porto para o Manchester City, e as expectativas criadas pelo elevado montante ligado à sua transferência, e o momento em que percebeu que não era opção para Guardiola, no Manchester City. O defesa-central francês, de 31 anos, está atualmente sem clube, depois de representar o Saint-Étienne no ano passado.
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Trocou o FC Porto pelo Manchester City por muitos milhões: "Toda a gente lida com isso de forma diferente. Muito antes de ir para o Manchester City percebi que há múltiplos aspetos no jogo. Há o que acontece em campo e há o lado do negócio, que evoluiu ao longo do tempo. É verdade que o valor foi enorme e com isso vieram expectativas. Há um lado subconsciente que tem influência. Tentei equilibrar essa influência, dizendo a mim próprio para me concentrar no que tinha de fazer."
Não contava para Guardiola, em 2017: "Houve uma oferta do Inter, mas financeiramente não era suficiente. No fim da janela de transferências eu ainda estava no Manchester City. O treinador veio ter comigo e disse-me com muita sinceridade: 'Não chegou nenhuma solução e ainda estás aqui. Tens um perfil muito específico que não é o que eu procuro em termos de estilo de jogo. Mas estás aqui e temos quatro centrais. Vamos trabalhar juntos e estarias pronto para participar em todos os jogos e nós temos muitos, por isso vais ter tempo de jogo, porque há características que tens que os outros não têm e eu preciso. És um jogador muito bom, mas, pelo meu estilo de jogo, não és o que procuro. Não tenho nenhum problema contigo'."
Emprestado ao Everton: "Não posso ficar desapontado porque o treinador sabe muito bem o que quer. Não se trata das minhas qualidades, mas do meu perfil. A partir daquele momento, sabia que era a quarta opção. Não joguei uma única partida em agosto. No fim de janeiro sai para o Everton e fiz 15 jogos. É uma grande quantidade de jogos importantes para ser quarta opção."
Guardiola fez com que o central quisesse ainda mais ser treinador: "Depois de ser treinado por ele, queria ainda mais ser treinador. Não é necessariamente pelo seu estilo de jogo, porque isso pode mudar, mas pela abordagem. Por que jogamos assim? Por que razão fazer este movimento em particular e como o vamos fazer? De que forma cada jogador se posiciona em relação ao outro? Trata-se da abordagem que dás às coisas. Falamos de Guardiola em relação ao que acontece em campo, mas também do aspeto mental. Ao longo da semana são os discursos dele, a forma como se aproxima de ti para manteres os pés no chão. É tudo, realmente. A forma como o recebi abriu-me os olhos."