Palavras de Michael Owen, vencedor da Bola de Ouro em 2001
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Michael Owen, antigo avançado inglês que venceu a Bola de Ouro em 2001, ao serviço do Liverpool, recordou esta sexta-feira a sua primeira e única época no Real Madrid, 2004/05, admitindo que foi um ano para esquecer.
Contratado aos reds por 12 milhões de euros, Owen, que na altura tinha 25 anos, assumiu que não se conseguiu adaptar a “um lugar onde a pressão é tão grande que nem consegues respirar”.
“Quando soube do interesse do Real Madrid, tive emoções mistas. Estava orgulhoso de que um clube como esse estivesse interessado em mim, senti-me elogiado, mas, ao mesmo tempo, inseguro. Dei voltas na cama durante quase uma semana antes de decidir-me. Foi algo do género: ‘Vamos acordar que ficarei um ano ou depois voltarei’. Inconscientemente, era isso que precisava, tranquilidade. Na realidade não queria ir, o Liverpool era o meu clube, mas também me questionava se acabaria por me arrepender se não o tentasse”, começou por explicar, em entrevista aos jornais The Athletic e The Guardian.
“Mal tomei a decisão de ir para o Real Madrid, perdi o controlo da minha carreira. Foi o fim da perceção que os outros tinham de mim enquanto jogador. É certo que era o Santo Graal para um jogador, mas também era um lugar onde a pressão é tão grande que nem consegues respirar. Não foi o que tinha esperado. O Madrid é um clube com história, glamour e tudo o que um futebolista sonha, mas quando chegas ali, apercebes-te de que pode ser um lugar onde perdes a tua essência. No meu caso, custou-me a vida profissional”, lamentou, em jeito de conclusão.
Após uma temporada em que marcou 16 golos em 45 jogos, não vencendo qualquer título, Owen deixou o Real Madrid e regressou a Inglaterra pela porta do Newcastle, a troco de 25 milhões de euros. Ainda jogou no Manchester United e no Stoke City antes de terminar a carreira, em 2013, tendo atualmente 44 anos.