Luxemburgo com "calo internacional": três trunfos que Portugal tem de ter em conta
Antigo extremo Fangueiro é hoje treinador de sucesso no Luxemburgo, levando anos no país que lhe permitem fazer análise muito minuciosa sobre os argumentos do novo adversário de Portugal.
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Carlos Fangueiro é quem melhor defende a reputação futebolística de Portugal no Luxemburgo, carregando consigo a coroa de campeão do campeonato local, no Dudelange, estando na luta pela revalidação do ceptro.
O antigo extremo do Leixões e do V. Guimarães, entre outros, falou com O JOGO, aceitando desvendar os trunfos maiores da seleção que aparece no caminho da armada lusa, agora sob comando de Roberto Martínez.
"A evolução do Luxemburgo foi enorme, tanto no campeonato como mais ainda pela sua seleção. Nesta convocatória só estão três jogadores que atuam cá, entre eles o Dejvid Sinani, que atua no "meu" Dudelange. A maioria está em ligas fortes, alguns na alemã. Isso já dá calo internacional, portanto podemos falar de uma evolução que continua ativa. Não vejo qualquer quebra relativamente ao passado recente", atesta, antecipando a abordagem ao jogo do conjunto de Luc Holtz.
"Não é um jogo de posse, é de transições rápidas e perigosas. Muito graças ao Leandro Barreiro, que numa primeira fase de criação está disponível para ter bola e direcioná-la com critério para a frente. E depois há o outro Sinani, que tem uma qualidade fora do normal no passe e é forte a procurar a profundidade. Aí coloca-se a velocidade do Gerson, que mantém uma intensidade alta até ao fim. Fundamentalmente residem aqui as armas do Luxemburgo", identifica Fangueiro, enaltecendo ainda o brio coletivo, que escuda a seleção de dissabores.
"Há um grande compromisso de toda a gente com a equipa, há sempre alguém a proteger aquele que falha. Vão baixar linhas, vão tentar evitar a todo o custo espaços entre linhas a fim de partirem para o contra-ataque. Não é uma seleção com fragilidades, porque é muito organizada defensivamente. O que acontece é que há uma disparidade enorme em termos individuais. Mas por saberem disso conseguem dar ainda muito mais entrega ao jogo", avisa o português, elogiando aquela que parece ser a nova matriz tática portuguesa: "Acho que o esquema que Martínez montou até pode beneficiar Portugal contra o Luxemburgo, porque a libertação dos alas através de avançados a fazerem jogo interior pode ser fundamental. Podemos encontrar gente livre para fazer a diferença naqueles dois ou três segundos em que o adversário se questiona de quem é que vai pegar no jogador entre linhas. Portugal é muito mais forte, mas coletivamente terá o provar", afirma.
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