Antigo treinador do Al Nassr desfez-se em elogios ao capitão da Seleção Nacional, dizendo que treiná-lo foi "muito fácil"
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Sem clube desde que deixou o banco do Al Nassr, de Cristiano Ronaldo e Otávio, em setembro do ano passado, Luís Castro falou esta terça-feira à Sky Sports sobre a experiência de treinar o capitão da Seleção Nacional, que aos 40 anos continua a ser sinónimo de golos, somando 33 em 39 jogos esta época.
Em resposta, o técnico português garantiu que treinar Ronaldo foi “muito fácil”, considerando que a ética de trabalho e rigor fora de campo são fatores que explicam o seu sucesso e longevidade nos relvados.
“Trabalhar com o melhor do mundo é verdadeiramente agradável. Cristiano tem rotinas muito encravadas, uma forte cultura de treino e um grande respeito pela prática e pelo jogo em si. Isso facilita a sua rotina diária de trabalho. Partilhámos alguns grandes momentos juntos”, salientou.
“O que o distingue é o que acontece antes e depois do treino, o chamado treino invisível que ele faz. O seu comportamento é todo feito à medida do rendimento desportivo, em termos de dieta, sono e da sua recuperação. Ele é uma pessoa profundamente preocupada com comer e dormir bem e em preparar o seu corpo corretamente. Na minha opinião, é claramente daí que vem a sua longevidade”, apontou.
Castro admitiu que os colegas de Ronaldo na Arábia Saudita não conseguiram evitar ficarem “contagiados” pelo exemplo do astro português, acrescentando que, apesar de ser treinador, nem o próprio escapou a essa sensação.
“Se Ronaldo inspirava os outros? Claro, todos os exemplos positivos ajudam-nos a crescer. Os nossos pais, amigos... Os treinadores aprendem com os jogadores. Qualquer pessoa que pense que sabe tudo fica presa, essa é uma mentalidade muito limitadora”, vincou.
Nesse sentido, Luís Castro referiu que sempre procurou ajustar o estilo de jogo a Ronaldo e nunca o contrário, defendendo que as ideias de um treinador devem ser sempre condicionadas pelas caraterísticas dos jogadores que tem à disposição.
“Nós olhamos para cada jogador e ajustamos coisas de acordo com a identidade deles. É exatamente isso que eu faço, com Ronaldo e toda a gente. É esse o meu papel enquanto líder e treinador. O nosso trabalho significa que temos de olhar para um grupo de jogadores e retirar o máximo deles enquanto equipa, não tenho dúvidas quanto a isso. É por isso que temos de encontrar um sistema que melhore os jogadores que temos. Eu não posso manter um sistema tático de forma rígida e recusar-me a mudá-lo, não posso simplesmente ir com a minha ideia incondicionalmente, porque isso levaria ao fracasso e a um desastre”, finalizou.