Leis protegem Mbappé: "Tem direito a cumprir o contrato e então decidir onde quer jogar"
PSG está obrigado pelos regulamentos a reintegrar o avançado nos trabalhos a partir de 1 de setembro
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É a grande novela deste mercado de transferências e promete ganhar novos capítulos a cada dia. Enquanto o seu futuro se mantém indefinido, Mbappé vai treinando em Paris com a equipa de reservas do PSG, juntamente com outros proscritos do plantel principal (casos de Paredes e Wijnaldum). Uma situação, todavia, que não poderá prolongar-se após 1 de setembro.
O sindicato francês dos jogadores e a FIFPro salientam o direito de treinar integrado de um avançado que ontem recebeu, inclusivamente, o apoio da presidente da Câmara de Paris.
"O regulamento permite que os clubes ponham alguns jogadores num segundo grupo de treino até 1 de setembro, salvaguardando as suas condições de trabalho. A partir daí, têm de o reintegrar nos trabalhos do plantel. Nunca é de mais recordar aos dirigentes que exercer pressão sobre um assalariado para o forçar a sair ou aceitar o que o empregador quer constitui assédio moral", alertou Philippe Piat, presidente do Sindicato dos Jogadores de França (UNFP), rápido a sair em defesa do atleta do PSG, o que, aliás, também fez Jonas Baer-Hoffmann, presidente da FIFPRO, o sindicato mundial, a corroborar aquela posição: "Mbappé tem todo o direito a cumprir o seu contrato e então decidir onde quer jogar e trabalhar. Essa é a essência da Lei Bosman, a liberdade que os jogadores ganharam."
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Autarca parisiente estupefacta pela atitude do PSG
Muitas são as vozes, de resto, que se levantam a favor do avançado francês de 24 anos, apontando mesmo o dedo ao Paris Saint-Germain pela forma como está a lidar com a situação. É o caso da própria presidente da Câmara de Paris: em declarações à rádio francesa "RMC", Anne Hidalgo criticou a postura do clube parisiense, assumindo desejar totalmente a permanência de Mbappé no principal clube da capital. "Não percebo o jogo que o PSG está a fazer. Kylian Mbappé é o melhor jogador do Mundo. Admito que não percebo nada. Kylian é um jogador extraordinário e temos de o manter em Paris. Penso que também era seu desejo ficar o máximo de tempo possível", referiu a edil.
Mbappé está a treinar com os proscritos Paredes e Wijnaldum
Após o fim do jogo particular realizado no Japão diante do Al Nassr, de Luís Castro e Cristiano Ronaldo, que acabou sem golos, várias foram as tentativas dos jornalistas em obter reações dos jogadores sobre o tema Mbappé... mas sem sucesso. "É um grande jogador, mas não está aqui. Foi a decisão do clube e não posso falar sobre isso", realçou Danilo, que envergou a braçadeira de capitão dos parisienses. Vitinha, igualmente titular nos parisienses, também se recusou a falar sobre o assunto.
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O jornal "Le Parisien" foi o primeiro a garantir que o PSG quer afastar Mbappé do plantel durante a época, caso este não renove nem seja vendido, numa notícia que se seguiu ao afastamento da digressão ao Japão, após comunicar que não renova. Uma decisão que pode vir a originar sanções ao clube - financeiras e desportivas.
Familiares querem o Al Hilal
Apesar dos inúmeros clubes já associados a Mbappé nas últimas semanas, a única proposta concreta até agora noticiada foi a do Al Hilal, de Jorge Jesus e Rúben Neves, com números absolutamente estratosféricos: 300 milhões de euros para o PSG e 700 em salários por apenas um ano de contrato para o avançado francês.
Se na segunda-feira a imprensa gaulesa dava conta da indisponibilidade do avançado em rumar à Arábia Saudita, na terça-feira foi noticiado o facto da família do jogador ser absolutamente a favor desse cenário, estando a "pressioná-lo" nesse sentido.
A preferência do futebolista de 24 anos, todavia, continua a ser o Real Madrid, como lembrou ontem ao programa El Larguero (do canal espanhol "Cadena SER") Luis Fernández, antigo jogador e treinador do PSG, que tem visto Mbappé "muito afetado e mal com toda esta situação".