Laporta reitera criação da Superliga: "Há clubes calados que nos dão apoio..."
Líder blaugrana explicou que o propósito da Superliga será combater a capacidade financeira astronómica de Manchester City e PSG, suportados por dinheiro do Médio Oriente
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Cerca de uma semana após dizer que o trio fundador (Real, Barcelona e Juventus) "está a postos" para criar a Superliga, num formato reestruturado, Joan Laporta reiterou que o projeto concorrencial da Champions "segue em frente".
"Estamos a impulsionar o projeto em conjunto com Florentino Pérez [presidente do Real Madrid], com quem falo frequentemente. É uma forma de salvar o futebol europeu", afirmou o presidente do Barcelona, citado pela "Marca", denotando que a potencial nova prova pretende respeitar o espaço dos campeonatos nacionais.
"Temos de a enquadrar no quadro europeu e sem sobrecarregar as ligas domésticas. Elas são fundamentais", juntou Laporta, explicando que o propósito da Superliga será combater a capacidade financeira astronómica, patrocinada por dois países do Médio Oriente, de dois clubes.
"Não podemos permitir que o futebol europeu esteja nas mãos de estados [Emirados Árabes Unidos e Catar] que não pertencem à União Europeia. O Manchester City e o PSG têm uma máquina de fazer dinheiro e é contra isso que estamos a lutar", referiu o presidente do Barcelona, que assegurou que os culé, assim como Real Madrid e Juventus, têm o suporte de vários emblemas.
"Há clubes que estão calados, mas que nos dão o seu apoio nos bastidores" para a criação da Superliga, competição que será concorrencial da Liga dos Campeões.
Laporta, em declarações ao jornal espanhol "Mundo Deportivo", a 26 de março, havia já assegurado que diversos emblemas aguardam a confirmação de um diferente formato da prova em relação ao anunciado no ano passado.
"Estão na expectativa de saber se será um novo formato de competição ou se será uma Liga dos Campeões melhorada. Estamos a trabalhar nisso e estamos a ganhar em todo e cada um dos procedimentos judiciais que foram iniciados", prosseguiu.
A Superliga fora anunciada, conjuntamente, em abril passado, mas não "sobreviveu" mais de 48 horas, dadas a declarada oposição manifestada por políticos, governos, UEFA, FIFA, federações, treinadores, jogadores, clubes e até adeptos.
Porém, Barcelona, Real Madrid e Juventus mantiveram-se irredutíveis, entre os 12 clubes que subscreveram, inicialmente, a participação na competição - Milan, Arsenal, Atlético, Chelsea, Inter, Liverpool, City, United e Tottenham retiraram-se.
Desde então, este trio "rebelde" tem mantido reuniões para aplicar eventuais reformulações (existência de duas séries e não de apenas uma original, inclusão de sistema de subidas e descidas, e sem necessidade de admissão por convite).
Em abril do ano passado, o tribunal do comércio de Madrid determinou medidas cautelares para impedir a inviabilização da Superliga por parte da UEFA e da FIFA, por entender que seria uma violação das leias de comércio livre da UE, mas o organismo liderado por Aleksander Ceferín remeteu o caso para o Tribunal Europeu.
Laporta revelou que o trio idealizador da Superliga está, agora, "à espera" da deliberação dessa entidade judicial. Segundo o presidente do Barcelona, o mesmo "irá emitir uma sentença no final de 2022", leia-se luz verde ou vermelha.