O treinador Luis de La Fuente sabe que está obrigado a uma série de princípios na forma de lidar com o extremo que este sábado completa 17 anos
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Não faltam exemplos de jogadores que, depois de treparem a pirâmide do estrelato até ao topo, escorregam numa qualquer “casca de banana”, vindo por aí abaixo até se estatelarem no anonimato. A glamorosa subida é dura, mas as quedas dão-se num piscar de olhos e podem ser complicadas de remediar. Experiente, o selecionador espanhol Luis de La Fuente sabe que precisa de ter especiais cuidados com Lamine Yamal, designadamente ao nível do acompanhamento mental.
Perante um jovem que promete estar ao nível dos maiores de sempre, o selecionador da Roja sente a necessidade de lhe explicar “pormenores do lado emocional, pessoal e de interpretação da vida”.
Fenómeno de precocidade, o extremo que este sábado completa 17 anos tem ultrapassado vários recordes, sendo já comparado a estrelas como Maradona, Pelé, Cristiano Ronaldo ou Messi. “Nessa idade, Maradona, Pelé ou Messi viveram situações similares. Não quero meter pressão para que no futuro ele seja um jogador desse nível ou perfil. Até pode vir a consegui-lo, mas o que há a fazer é ter calma, sem pôr-lhe qualquer tipo de pressão. Além de ser treinador, com gente tão jovem também preciso de ser formador”, afirmou De La Fuente em entrevista à Agência EFE.
Até porque, ao virar da esquina, há quem esteja pronto para passar uma rasteira. “Há que educá-lo. É nossa responsabilidade dirigi-lo futebolisticamente, mas também ensinar-lhe pormenores do lado emocional, pessoal, a nível de inteligência e de interpretação da vida. Isso vai ajudá-lo a ser melhor jogador. É infalível acontecer que, os mesmos que agora dizem que ele é o melhor do mundo, dirão um dia que está acabado ou que não é o jogador que prometia ser. Já vimos isso antes”, acrescentou, explicando depois alguns dos conselhos que tem dado ao rapaz nado e criado no bairro pobre de Rocafonda: “Explico-lhe que é preciso ter os pés no chão e que a humildade é a chave que o fará maior. Se um dia se equivoca e acelera mais do que deve, então poderá ter problemas”.
"Levar até onde nos interessa"
A Inglaterra é poderosa, mas De La Fuente não abdica da filosofia habitual. “A Inglaterra é grande seleção, mas nós adaptamo-nos a qualquer situação para levarmos o jogo até onde nos interessa. De um futebol de posse até às transições e a sermos incisivos no ataque. É uma final e estamos convencidos de que o que nos levará ao sucesso é sermos fortes nas que são as nossas maiores forças”.