Lamine Yamal contraria queixas do calendário: "Acabo um jogo e quero logo outro"
Estrela do Barcelona, de 17 anos, argumenta que a sobrecarga do calendário não afeta os futebolistas mais jovens, como é o seu caso, pelo contrário
Corpo do artigo
Lamine Yamal, jovem estrela do Barcelona, foi declarado o jogador com o segundo maior rendimento ofensivo da atualidade pelo Observatório de Futebol CIES, mas não se mostrou nada interessado nessa estatística, defendendo que “não reflete o futebol como é”.
Em entrevista ao jornal AS, o craque espanhol de 17 anos, que leva 13 golos e 17 assistências em 38 jogos na sua segunda época como titular indiscutível dos “blaugrana”, frisou que não se preocupa com esse tipo de análises, focando-se apenas em “jogar bem, ganhar e desfrutar”.
“Isso não me diz nada porque não gosto de estatística. Podes avançar dez metros, passar a bola a outro, esse outro passar mais uma vez e não retirares nada limpo da jogada. Eu sou mais de ver o jogo por inteiro e de analisar cada jogador, em termos do que dá à equipa globalmente. As estatísticas não refletem o futebol como é. Quando jogas bem, ganhas e desfrutas, o resto importa muito pouco. Prefiro que contem os dias que demoro a marcar um golo do que digam que estou a jogar mal”, apontou.
Ao mesmo tempo, Yamal também declarou que, apesar de o objetivo do Barcelona para esta época ser a conquista de um triplete (Liga dos Campeões, LaLiga e Taça do Rei), se tiver de escolher apenas um título, seria a sua primeira Liga dos Campeões. Nesse âmbito, admitiu que a possibilidade de haver um “El Clásico” inédito contra o rival e campeão em título Real Madrid na final da prova milionária seria “algo irrepetível e de que desfrutaríamos muito”.
Noutro tópico, a “coqueluche” catalã surpreendeu ao contrariar as queixas que vários jogadores de alto nível têm feito contra a FIFA e UEFA pela progressiva sobrecarga do calendário desportivo e consequentes efeitos nefastos em termos de lesões, numa posição apoiada pelo sindicato mundial que os representa (FIFPro).
Abordado sobre essas queixas, Yamal argumentou que os jogadores jovens, como é o seu caso, não sofrem de problemas como o cansaço derivado da maior proximidade entre jogos, que até motivou há dias um aviso sério do Real Madrid, ameaçando mesmo não competir caso não tenha um período de descanso obrigatório de 72 horas entre duas partidas.
“Os jovens só querem jogar e desfrutar, não nos entra outra coisa na cabeça. O futebol, para além de ser o nosso trabalho, é o que mais gostamos de fazer. Eu não tenho queixas. Às vezes, quando acabo um jogo, penso: ‘Uff, ainda faltam três dias para o seguinte’. A questão das 72 horas, para mim, é ao contrário. Acabo um jogo e quero logo jogar outro”, concluiu.