Real Madrid gastou mais de um terço do total investido em reforços pelo conjunto dos clubes de La Liga. Na antevéspera de entrar em ação, o campeão Barcelona ainda não tinha as garantias para inscrever novos jogadores na prova que perdeu vários históricos. João Félix continua sem o futuro resolvido.
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Com a liga inglesa a navegar desafogadamente de um ponto vista financeiro e a pujante liga saudita a tentar ultrapassar pela direita todas as restantes provas europeias, La Liga teve ontem início com um registo que a deixa ficar mal em relação à concorrência: 313 milhões de euros foram até agora gastos pelos clubes espanhóis em reforços, cerca de seis vezes menos do que os da liga inglesa, com 1846 milhões, também distantes da Serie A, Ligue 1 e Bundesliga.
Mas se o fosso a nível externo dá nas vistas, a nível interno é gritante a diferença do Real Madrid para o resto do pelotão: é que Real Madrid encarregou-se de mais de um terço dos gastos e grande parte em Jude Bellingham, comprado por 103 M€ ao Dortmund. No total, os merengues gastaram 124 milhões em novos jogadores, surgindo na segunda posição com 30 M€... o Almería. Por outro lado, a liga perdeu históricos como Benzema, Busquets e Jordi Alba, todos na reta final das carreiras, mas também valores promissores como Nico Jackson, Chukwueze ou Pau Torres.
Quanto a favoritismos, se o Real ficou na época passada a dez pontos do Barcelona, na atual parece reunir condições para um cenário mais favorável. Apesar de ter perdido Benzema ou Asensio, reforçou-se, sobretudo, com Bellingham e Arda Guler.
Apesar do excelente plantel, que recebeu por exemplo Gundogan, os catalães veem alastrar ao campo desportivo a crise interna. Impedido de inscrever novos jogadores, o Barça ainda não tinha ontem entregue à Liga as garantias necessárias, pelo que, se não o fizer até amanhã, só tem 11 jogadores do plantel para esta primeira jornada, em casa do Getafe.
O Atlético de Madrid - que ainda não resolveu o "problema" João Félix - fortaleceu ainda mais o setor defensivo, com as chegadas de Soyuncu e Azpilicueta, não esquecendo que, somando as últimas cinco épocas, os colchoneros têm a melhor defesa dos três candidatos: 157 golos sofridos pelos de Simeone, contra 166 do Real e 170 do Barça. Os restantes, Sevilha, Valência, Real Sociedad, Bétis, Villarreal ou Atlético de Bilbau, correm claramente por fora.