Koeman recorda Barcelona com amargura: "Não recebi o mesmo apoio de Xavi"
Selecionador dos Países Baixos deixou uma bicada a Joan Laporta, queixando-se de que não foi apoiado pelo presidente do gigante catalão
Corpo do artigo
Ronald Koeman, que se prepara para liderar a seleção dos Países Baixos no Euro’2024, garantiu esta sexta-feira que vai enfrentar o torneio com a mesma pressão que tinha quando treinou o Barcelona, entre 2020 e 2021, uma experiência que recorda alguma amargura, queixando-se de que não foi apoiado pelo presidente Joan Laporta.
“Não recebi o mesmo apoio por parte do presidente do que Xavi. No momento em que me despediram, penso que estávamos a nove pontos do Real Madrid e agora ficaram a dez. Para teres êxito, tens de ter o apoio do presidente”, começou por reclamar, em entrevista ao jornal El Mundo, agradecendo ainda assim o facto de essa falta de apoio não se ter verificado juntos dos adeptos “culés”: “Quando passeio por Barcelona, noto o carinho das pessoas, não é por não me terem corrido bem as coisas que agora há menos. Recordam-me como o homem que marcou o golo da primeira Taça europeia do clube. Simplesmente não recebi o apoio do presidente”, reforçou.
Com base nesse lamento, Koeman não hesitou em admitir que a sua passagem pelo banco do Barcelona foi mesmo o período mais difícil que atravessou enquanto treinador.
“Creio que sim, mas porque o Barça é o meu clube. Tive uma grande etapa como futebolista ali, tenho amigos na cidade e treinar a equipa era um dos sonhos da minha vida... Isso torna tudo mais difícil e stressante”, desabafou.
A primeira adversária dos Países Baixos no Europeu será a Polónia (domingo, às 14h00), que tem como grande figura Robert Lewandowski, uma contratação do Barcelona que, em 2022, motivou críticas de Koeman, que justificou essa posição com os 45 milhões de euros pagos ao Bayern pelo avançado, atualmente com 35 anos, numa altura em que o clube já tinha problemas financeiros.
“Não era tanto sobre o Robert mas sim sobre a filosofia do Barça. Se eu tivesse sido treinador do Barcelona naquele momento, teria ficado encantado por ter Lewandowski a 9, mas creio que é muito dinheiro e, se tens problemas económicos, tens que analisar bem que tipo de jogadores contratas. Talvez seja melhor contratar futebolistas com mais futuro. Na minha opinião, é raro conseguires o teu melhor salário com 35 anos, quando o melhor período de um futebolista é entre os 26 e os 32. É raro que um clube gaste dinheiro em jogadores veteranos se não tem dinheiro”, refletiu, defendendo a sua crítica inicial a esse negócio.
Ainda assim, o selecionador neerlandês deixou palavras de apoio para o goleador, depois de uma época em que ficou bem longe dos seus números habituais, tendo apontado 26 golos e oito assistências em 49 jogos disputados pelo gigante catalão.
“Todos os jogadores têm momentos complicados, mas creio que continua a ser um grande jogador e um líder no balneário, segundo o que me dizem em Barcelona. Tem 35 anos, muita experiência, é o capitão da seleção... É um goleador. Quando não jogas bem, és facilmente criticado, mas ele continua a ser importante para o Barcelona e para a sua seleção”, concluiu.
Os Países Baixos e a Polónia estão inseridos no Grupo D do Europeu, juntamente com a França e a Áustria, que se defrontam na segunda-feira (20h00).