PERFIL - O presidente da federação holandesa de futebol (KNVB) ficará conhecido como o homem que colocou um ponto final antes do tempo na Eredivisie, versão 2019/20.
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Por muitas voltas que o Mundo dê, Just Spee, presidente da federação holandesa de futebol (KNVB) ficará conhecido como o homem que colocou um ponto final antes do tempo na Eredivisie, versão 2019/20 - mesmo sabendo-se que foi empurrado por uma deliberação governamental. Spee foi contra a corrente, contra a UEFA, para a maioria prematuramente.
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Mas ao invés de se fechar no seu casulo após o anúncio, invadiu propriedade alheia e comentou a situação na Premier League, afirmando de forma descomprometida que as hipóteses de a principal liga do planeta terminar a temporada eram "reduzidas". "A Premier League precisa de várias semanas para concluir. Haverá tempo suficiente para isso? Tenho dúvidas, muitas dúvidas...", disse em entrevista à BBC - já se sabe que se tivesse feito referência a Portugal, António Costa ter-lhe-ia dado o troco....
O presidente da KNVB sentiu-se com legitimidade para abrir o livro e internacionalizar o seu pensamento. Uma espécie de "influencer". Afinal este antigo jogador do modesto Royal HFC, em Haarlem (pequena cidade no nordeste da Holanda onde nasceu há 55 anos), tem uma carreira na área do marketing e media, com passagens por empresas bem sucedidas internacionalmente.
Eleito em dezembro de 2019 para dirigir os destinos da KNVB, substituindo Michael van Praag, que esgotara os mandatos à frente da federação holandesa, Spee surgiu como o mais competente entre 70 candidatos e na hora de votar praticamente varreu a concorrência. O seu nome foi consensual. Formado numa área da Economia pela Universidade de Amesterdão, é membro do conselho de supervisão de oito organizações, entre as quais a UNICEF, Asito Services Group, Duinrell e Brunel.
Casado, pai de dois filhos, no início de carreira especializou-se na recuperação de empresas e para os holandeses essa pode ser decididamente a chave do sucesso para a seleção do seu país. É que a laranja mecânica necessita rapidamente de voltar às grandes competições e deixar a sua marca.
Spee e Ronaldo Koeman, selecionador, estão a redimensionar uma seleção presa à glória do passado. Os holandeses não exigem que de repente inventem um carrossel dirigido por um Johan Cruyff, como no Mundial"74, mas querem de volta a Seleção que em 1988 vergou a Europa com um futebol ganhador e contagiante. O bom desempenho na Liga das Nações foi um sinal, mas falta mais qualquer coisa...