O Barcelona tinha acesso aos relatórios dos árbitros e qualificava-os, o que influenciava subidas e descidas, a qualificação em geral, e assim nomeações para jogos importantes e possibilidade de ganhar mais dinheiro com jogos europeus
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O Juiz instrutor do "Caso Negreira", Joaquín Aguirre, defende que houve "possível corrupção sistémica" no seio da arbitragem espanhola por intervenção do Barcelona, assegura o AS, que teve acesso ao auto do processo.
A afirmação sustenta-se no facto de Enríquez Negreira ter negado favorecer o clube em jogos, mas sim "dar acesso aos relatórios dos árbitros depois dos jogos e depois pontuá-los". "Em função dessa pontuação, os árbitros podiam descer de categoria", terá acrescentado Bartomeu no seu testemunho.
Negreira, vice-presidente da comissão técnica de árbitros, recebia do Barcelona desde 2001.
"Se o FC Barcelona pagou a um dos vice-presidentes da Comissão Técnica de Árbitros para conceber um determinado tipo de arbitragem, deve reconhecer-se que qualquer participante na competição deve ter o estatuto de vítima, porque se esta conceção personalizada da arbitragem favorece uma equipa, prejudica as outras, que devem ser consideradas vítimas do crime. Não há provas do método tradicional de pagamento por um jogo específico. Mas poderia permitir que árbitros próximos dele [Negreira] dirigissem jogos relevantes da Liga ou da Taça e jogos internacionais ou mesmo mantivessem a categoria, aumentando assim os seus rendimentos de uma forma muito importante. Num tal cenário de possível corrupção sistémica no seio do CTA, este Magistrado considera que qualquer equipa da 1ª Divisão da Associação Espanhola de Futebol deve ser admitido no processo como ofendido pelo delito", escreve o juiz instrutor.
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