"Jota? É muito novo para um passo destes. Se és assim tão bom, o dinheiro virá..."
Extremo formado no Benfica deixou o Celtic ao fim de duas temporadas e, aos 24 anos, assinou pelo Al Ittihad, clube saudita onde vai encontrar Karim Benzema e N'Golo Kanté.
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O Al Ittihad, campeão saudita treinado por Nuno Espírito Santo e que já contratou Karim Benzema e N'Golo Kanté neste mercado, anunciou na segunda-feira a chegada de mais um reforço, Jota, que assinou um contrato válido por três temporadas, até 2026.
O extremo português, de 24 anos, formado no Benfica, deixou o Celtic ao fim de duas temporadas, rendendo 29 milhões de euros aos escoceses, dos quais 30 por cento vão para os encarnados, o que resulta em nove milhões.
Em reação, Aiden McGeady, internacional escocês que representou o gigante de Glasgow entre 2000 e 2010, admitiu que não gostou de ver um jogador tão jovem a deixar o futebol europeu, considerando que esta oportunidade poderia voltar a surgir numa fase posterior da carreira de Jota.
"Existem duas formas de olhar para isto. Jota provavelmente não tinha uma lealdade real para com o Celtic. É uma carreira curta e algumas pessoas olham para ela assim: 'Posso fazer o máximo de dinheiro que conseguir?'. Se és assim tão bom, o dinheiro virá eventualmente. Ele é muito novo para dar um passo destes. São os jogadores já estabelecidos que estão a mudar-se para lá. Eu gostaria que ele tivesse ficado no Celtic mais um par de anos e depois talvez tentasse a sua sorte na Premier League ou noutro lado. Depois disso, este dinheiro que ele vai receber agora a curto prazo iria voltar para ele eventualmente", lamentou, em direto para o programa Sportsound.
Leanne Crichton, antiga internacional escocesa, entrou no mesmo discurso de McGeady, lembrando que os salários da Premier League também permitem uma vida muito confortável aos seus atletas.
"O dinheiro [que Jota vai receber] é inacreditável, mas certamente que se fores para a Premier League, o dinheiro também é astronómico. Pessoas como Ronaldo podem ir para a Arábia Saudita e receberem o dinheiro que quiserem, porque têm as conquistas e os feitos para justificá-lo e não têm mais nada a provar. Eu não sei se Jota faz parte desse lote. Ele ainda tem um monte de coisas por provar e poderia demonstrar o seu talento de uma forma diferente no futebol europeu", comentou.
Já Simon Donnelly, antigo médio do Celtic, mostrou-se surpreendido com o negócio de Jota, questionando se esta onda de investimento da Arábia Saudita irá abalar o futebol europeu de uma forma tão grande que, num espaço de dez anos, todos os melhores jogadores estarão no Médio Oriente.
"Olhamos para o anos 80 e a Serie A era quem tinha os melhores jogadores e mais dinheiro. Nos anos 90 e 2000, era o Barcelona e o Real Madrid. Vamos sentar-nos daqui a dez anos e a falar sobre a Liga saudita. Daqui a cinco, dez anos, vamos ter os todos os melhores jogadores do mundo a jogarem na Liga saudita? Eu sou um pouco tradicional, gosto da Liga dos Campeões. Como é que isso ficaria?", refletiu.
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