Declarações de José Mourinho, treinador do Fenerbahçe, em entrevista ao canal brasileiro "Sporty Net"
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Aceitaria treinar um clube no Brasil: “É uma instabilidade demasiado grande. Acredito sempre que a minha melhor época é a segunda e não a primeira, porque a primeira serve para aprendizagens a todos os níveis. No Brasil, não se pode falar nunca na segunda época porque o trabalho é acabar o primeiro mês e não o primeiro ano. Se isso prejudica o futebol brasileiro? Acho que sim, é uma rotatividade permanente e os jogadores não adquirem rotinas ou dinâmicas, hoje jogam para o treinador A e depois para o treinador B. Acho que a nível da competição interna é mais difícil assim”.
Método de trabalho: “Eu sou próximo, diria mesmo muito próximo, o que significa quase uma relação paternal e não consigo isso sem olhos nos olhos, sem honestidade, sem amor. Não quero dizer sem ódio, mas sem a verdade de se errou, não digo punir porque essa palavra não faz parte, mas trabalhar sob a realidade, sob o que está bem, o que está mal, péssimo, se estou contente... Acho que tem de ser uma relação de verdade”.
Maior jogador de sempre: “Acho é uma injustiça e quando ouço alguém dizê-lo, sinto algo que não gosto. As novas gerações sabem, mas não conhecem Pelé, Eusébio, Beckenbauer em profundidade e depois comparar o futebol deles ao de hoje e às condições de hoje... Até há detalhes um bocadinho cómicos. A bola de há 40 anos quando chovia pesava 10 quilos, agora voa”.
Jogador que mais o fez crescer: “Messi, porque de cada vez que jogava contra ele obrigava-me a pensar muito”.
Jogador que nunca treinou, mas em que viu muito potencial: “Messi”.
Melhor jogador que já treinou: “Recuso-me a dizer, porque para mim os melhores foram os que deixaram sangue e lágrimas por mim”.
Clube que nunca treinou mas que gostaria de treinar: “Nenhum”.
Jogador que sonha treinar: “Nenhum”.
Título inesquecível: “Todos”.
Técnico que mais admira: “Todos, mas diria o Carlo (Ancelotti)”.
Se não fosse técnico, o que seria: “Professor de educação física, era o que fazia quando saí da universidade”.
Momentos de maior orgulho e arrependimento: “Orgulho é tudo família, arrependimento... Quando saírem dentro de pouco tempo os meus episódios da Netflix está lá explícito”.
O que perguntaria a José Mourinho? “És um tipo feliz? (Responde a ele próprio) Superfeliz por tudo, obviamente que quando se chega a esta idade perdemos pessoas importantes, é normal, acontece a todos, e essas pessoas importantes que fui perdendo ao longo da vida, inclusive animais, é tudo momentos duros, mas na globalidade sou muito feliz”.
Redes sociais? “De vez em quando faço um ‘post’, mas é tudo muito ‘raw’, muito instintivo, selvagem, não tratado, inclusive posso cometer algum erro de ortografia. Sou eu que o faço, não tenho ninguém para isso, mas sou capaz de estar três ou quatro meses sem ‘posts’ e seguir outros Instagram por sistema não o faço, não é a minha onda. Não leio mensagens”.