Declarações de José Mourinho após o Fenerbahçe-Kayserispor (3-3), jogo da 32.ª jornada da Liga turca. A equipa do técnico português passou a ter cinco pontos de desvantagem em relação ao líder Galatasaray (72 para 77), com seis jornadas a faltar
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Chances de ser campeão diminuíram e alguns adeptos pediram ao presidente do Fenerbahçe para se demitir: “Não gosto de ir nessa direção. Talvez essas chances de sermos campeões ou não sejam agora as mesmas do que as que tínhamos em agosto ou setembro. Não quero falar do campeonato como um todo, porque senão parecerá que estou a fugir do jogo de hoje e não quero isso. Perdemos dois pontos num jogo que devíamos ter vencido porque fizemos demasiados erros. Podemos dizer que tivemos azar porque tivemos um cruzamento para acabar com o jogo e Skriniar também acertou no poste, mas, independentemente disso, digamos que tivemos azar, mas cometemos erros e pagámos por isso no resultado. Prefiro focar-me no jogo, porque sou treinador e o resultado é mau. Falar do campeonato e das chances de o ganhar é uma longa história e prefiro não falar disso agora”.
Existe uma crise interna no clube: “Estou habituado a lidar com crises no balneário, sou o líder do balneário e quando há problemas e crises de emoções ou de resultados, ou de ambas ao mesmo tempo, tenho de lidar com isso e estou habitado. Muitas vezes o oposto disso é lidar com euforia e otimismo, isso é a minha área de controlo. O que fizemos mal é que perdemos um número incrível de bolas no meio-campo e, se virem os três golos que sofremos, tiveram algo em comum, que foi um mau passe, um erro, falta de marcação na área e golo. No segundo e terceiro golo deles, não fizemos pressão, falhámos a marcação e, perdendo 2-1, tive de arriscar tudo, joguei só com um defesa. Chegámos ao 2-2, ao 3-2 e aí só tinha duas alterações para fazer, tentei equilibrar a equipa, mas depois faltou-nos as especificidades das posições. Os três golos que sofremos foram bolas que perdemos, por isso fizemos muitos erros defensivos. Marcámos três golos, podíamos ter marcado mais, criámos muitos ataques e jogámos contra uma equipa muito organizada, com uma defesa compacta, mas quando perdemos a bola, sentimos sempre fragilidade. Para mim, foi uma performance com altos e baixos e pagámos caro os baixos”.
Quando as coisas correm mal, o treinador é sempre o culpado. Vai fazer uma autorreflexão? “Eu faço isso todos os dias, analiso-me e tento ser melhor todos os dias. Dedico-me diariamente ao meu trabalho e não importa se ganho e ou perco, isso não muda nada na minha abordagem. Esta cultura é de altos e baixos, a preto e branco. Quando ganhas cinco jogos seguidos, és o melhor clube, tens os melhores jogadores e o melhor treinador e o oposto também acontece, mas não é essa a minha cultura, sou mais equilibrado. Sinto responsabilidade pelo resultado, da mesma forma do que quando as coisas correm bem, mas nada muda. O que muda é a minha felicidade, mas na minha abordagem e estabilidade, nada muda”.