Jorge Jesus critica árbitro, mas assume: "Se há alguém para culpar, sou eu"
Al Hilal foi derrotado pelo Al Ahli nas meias-finais da Liga dos Campeões asiática, sendo eliminado nesta fase da prova pelo segundo ano consecutivo ao leme do português
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Após o Al Hilal ter sido eliminado pelo Al Ahli nas meias-finais da Liga dos Campeões (1-3), Jorge Jesus assumiu a “culpa” pelo adeus à prova, mas também deixou críticas à arbitragem e aproveitou para garantir que não tenciona deixar o gigante saudita.
“Queria muito ganhar esta competição, mas o Al Ahli ganhou porque foi a melhor equipa. Quando estávamos a tentar recuperar, houve a expulsão, que me impediu de fazer as substituições que queria. Não gosto muito de falar de árbitros, mas este árbitro não estava tecnicamente ao nível deste jogo. Tem capacidades limitadas, tornou o jogo tenso e não o conseguiu gerir. Mas não o culpo pela derrota, o responsável por isso sou eu. Se vou continuar? Sim. Sou profissional e tenho um contrato. Culpar a direção? Não. Se há alguém para culpar, sou eu, porque sou eu que tomo as decisões técnicas”, afirmou.
O Al Hilal voltou hoje a falhar o acesso à decisão da Liga dos Campeões asiáticos de futebol com o treinador português Jorge Jesus, perdendo nas meias-finais com os também sauditas do Al Ahli (3-1), em Jeddah.
No Estádio King Abdullah Sports City, onde decorre a fase decisiva da prova, o brasileiro Roberto Firmino (nove minutos), o inglês Ivan Toney (27) e o suplente Firas Al Buraikan (90+7) marcaram para o Al Ahli, por entre um penálti desperdiçado pelo costa-marfinense Franck Kessié (86), enquanto Salem Al Dawsari reduziu pelo Al Hilal (42), recordista de conquistas continentais (quatro), que viu o senegalês Kalidou Koulibaly ser expulso (59).
Na final da edição 2024/25 da Liga dos Campeões asiáticos, marcada para domingo, o Al Ahli tentará suceder no historial ao Al Ain, dos Emirados Árabes Unidos, enfrentando os sauditas do Al Nassr, dos internacionais portugueses Cristiano Ronaldo e Otávio, ou os japoneses do Kawasaki Frontale, que se defrontarão na outra meia-final, na quarta-feira.
Detentor de mais triunfos (1992, 1999/00, 2019 e 2021) e presenças na final da principal competição asiática de clubes (nove), o campeão saudita Al Hilal repetiu a prestação da última época, quando, no regresso de Jorge Jesus ao clube, também ficou pelas "meias".
Desfalcado do lateral direito português João Cancelo, por lesão, o treinador amadorense utilizou o médio Rúben Neves de início, num embate em que a equipa de Riade ficou em desvantagem ao nono minuto, quando o brasileiro Roger Ibañez lançou sob a esquerda o compatriota Galeno, ex-extremo do FC Porto, que centrou atrasado para Firmino marcar.
Toney dilatou a contagem pouco antes da meia hora, ao aproveitar um passe do argelino Riyad Mahrez dentro do bloco defensivo do Al Hilal para se isolar e contornar o guarda-redes adversário, aproximando mais o Al Ahli da sua terceira final, após 1985/86 e 2012.
Numa das escassas ocasiões criadas pela equipa de Jorge Jesus, o capitão Al Dawsari beneficiou de um ressalto em Kessié para restituir a diferença mínima antes do intervalo.
O Al Hilal não melhorou na segunda parte e ficou à mercê de sucessivos ataques do Al Ahli, que teve dois golos anulados por fora de jogo e passou a jogar contra 10 unidades perto da hora de jogo, devido à expulsão com duplo cartão amarelo do central Koulibaly.
Já depois de Firmino, Mahrez e Galeno terem acertado nos postes da baliza adversária, Hamad Al Yami fez falta sobre o argelino na área e encaminhou Kessié para a marca de penálti, mas o marroquino Yassine Bounou defenderia a conversão do costa-marfinense.
O Al Hilal tentou forçar o prolongamento, pretensão desfeita em definitivo em tempo de compensação, quando Al Buraikan, que tinha rendido Firmino há menos de meio minuto, estabeleceu o 3-1, após uma tentativa frontal de Galeno fletida em Hassan Al Tambakti.
Na agenda da equipa de Jorge Jesus, João Cancelo e Ruben Neves seguem-se as cinco jornadas finais do campeonato saudita, no qual o Al Hilal é segundo classificado, com 62 pontos, seis abaixo do líder Al Ittihad e quatro acima do Al Ahli, quarto, que procurará um inédito triunfo no jogo decisivo da 43.ª edição da principal competição asiática de clubes.