O presidente do Lyon foi insulado por Al-Khelaifi numa conversa sobre direitos televisivos da liga francesa e respondeu agora acusando o rival de receber subsídios ilegais estrangeiros com o aval da organização que controla as contas dos clubes
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Depois de John Textor ter sido chamado de “cowboy” por Al-Khelaifi, dono do PSG, numa conversa a propósito dos direitos televisivos da Ligue 1 que rapidamente escalou para uma acesa discussão divulgada esta semana pelo L’ Équipe, o presidente do Lyon respondeu acusando o clube parisiense de receber “dinheiro ilegal e ilimitado” do Catar, situaçao que, afirma, vai contra as regras da União Europeia. Em entrevista ao jornal espanhol As, Textor prometeu, por isso, apresentar queixa à Comissão Europeia.
A declaração surge depois de o Lyon ter sido despromovido para a segunda liga francesa pela Comissão Nacional de Controlo e Gestão (DNCG) - organização responsável pela monitorização das contas dos clubes de futebol - precisamente por questões financeiras, situação que o dono do clube considera ser “injusta”.
"A decisão foi tomada antes de verem as nossas contas. Puniram-nos antes de podermos apresentar a nossa defesa, bem como novos documentos. Está claro que a decisão de nos rebaixar provisoriamente foi tomada antes da nossa audiência com o órgão financeiro. Vamos recorrer e tenho certeza de que nos vão dar razão”, sublinhou.
O empresário aproveitou ainda para criticar a DNCG que, alegou, é mais “benévola” com o PSG por deixar que o clube “viole a legislação europeia" ao permitir que "um estado estrangeiro [Catar] subvencione um negócio”. “Ano após ano, permitiram que o PSG violasse a lei europeia, aumentando o prejuízo do clube para 70 milhões e gerando mais de 800 milhões de dólares em receitas usando subsídios estrangeiros ilegais. Eles não se importam de onde vem o dinheiro porque permitem perdas 70 milhões todos os anos”, revelou.
O PSG já respondeu às acusações de Textor sublinhando que se Al-Khelaifi colocasse os seus interesses pessoais à frente do clube ter-se-ia juntado à Superliga Europeia, em vez de investir num clube da Ligue 1.
Na mesma entrevista, o norte-americano, que é também dono do Botafogo, do Brasil, e do Crystal Palace, de Inglaterra, deu também a entender que esta relação financeira com o Catar é conveniente para o Governo francês, uma vez que, alegou, a ligação entre os dois países vai “muito além do futebol”.