A Nigéria caiu na fase de grupos do Mundial'2018
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Obi Mikel revelou que defrontou a Argentina horas depois de saber que o pai tinha sido raptado. Em declarações ao The Guardian, o internacional nigeriano contou como viveu os momentos que antecederam o jogo e a forma como lidou com o processo.
"Joguei enquanto o meu pai estava nas mãos de bandidos. Tive de superar o trauma. Atendi uma chamada a quatro horas do jogo a dizer-me o que tinha acontecido. Estava emocionalmente afetado e tive de tomar a decisão em relação ao jogo. Estava confuso. Não sabia bem o que fazer, mas no final de contas sabia que não podia dececionar 180 milhões de nigerianos. Tive de me fechar e representar o meu país. Não podia informar os treinadores ou a Federação da situação, pois apenas um círculo pequeno de amigos sabia", atirou.
"Disseram-me que o matavam se eu denunciasse a situação às autoridades ou se contasse a alguém. Não quis comentar com o selecionador, porque não queria que a situação se tornasse uma distração para ele ou para a equipa num dia de jogo tão importante. Por mais que quisesse falar sobre isso, não podia", referiu.
No entanto, a situação acabou por ficar resolvida na tarde desta segunda-feira. "Felizmente o meu pai foi libertado na tarde de segunda-feira. Agradeço à polícia pelos esforços no resgate e pelo apoio que recebi de amigos e familiares. Infelizmente, o meu pai está agora no hospital, a receber tratamento, em face da tortura de que foi alvo", acrescentou.