ENTREVISTA, PARTE II - Representar uma das três equipas mais tituladas do país continua a fazer parte das metas de Rui Silva. Ter Stegen, alemão dono da baliza do Barcelona, é o seu guarda-redes favorito
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Numa análise ao futebol português diz que o Sporting é um justo campeão. Confirma também que a forma de estar na baliza evoluiu ao longo dos tempos.
Continua esperançado em representar um dos grandes clubes de Portugal?
-Claro, sem dúvida. É um dos meus objetivos. Nunca escondi que gostaria de regressar a Portugal e se isso acontecer através de um clube grande, seria um regresso em alta.
Segue o campeonato português. O que lhe parece este Sporting campeão?
-Por aquilo que fez, mereceu inteiramente este título. Foi a equipa mais regular e constante do campeonato. Fez uma excelente campanha. Benfica e FC Porto jogaram competições europeias e não é fácil mudar constantemente o "chip". O Sporting teve a vantagem de não estar envolvido nas competições europeias e não ter o desgaste dos outros. Benfica e FC Porto não tiveram os jogadores tão frescos.
Quais os guarda-redes da liga portuguesa que mais lhe chamaram a atenção esta temporada?
-O Bruno Varela, por exemplo. De resto, está num clube muito bom para dar o salto para outro patamar.
E dos portugueses que estão no estrangeiro?
-Rui Patrício e Anthony Lopes.
Mas quem é a sua principal referência na baliza?
-O Ter Stegen. É muito completo: defende, tem um bom jogo aéreo, joga bem com os pés e é um líder.
Concorda que a imagem dos guarda-redes foi mudando ao longo dos anos?
-Concordo. Mudou sobretudo a mentalidade. Antigamente dizia-se que o guarda-redes estava na baliza apenas para defender. O guarda-redes hoje em dia não está na baliza só para defender as bolas, participa mais no jogo. Inicia a fase de construção, controla a profundidade, tem influência em várias situações de jogo. Hoje a importância do guarda-redes é maior.
Prefere jogar com uma defesa constituída por quatro ou três elementos?
-Prefiro uma defesa a quatro porque tendo os dois centrais à frente servem-me de referência até para o meu posicionamento durante o jogo. Por outro lado, permitem-me orientar melhor a equipa. É bom para ter essa relação mais intensa com a equipa e fazer parte do início de construção do jogo.
O futebol sem adeptos é outro jogo?
- No início, foi muito estranho não ter público nos estádios, parecia que estávamos a fazer jogos de treino. Os adeptos fazem falta.
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