Paul Pogba e Ousmane Dembele foram alvos de mais um incidente que mancha o país que acolhe o Mundial'2018 daqui a pouco mais de dois meses.
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A ministra francesa do desporto pediu uma investigação sobre os alegados cânticos racistas dirigidos a jogadores franceses durante o embate entre Rússia e França, que terminou com a vitória dos gauleses por 3-1.
"O racismo não tem lugar no campo de futebol", afirmou a ministra Laura Flessel no Twitter. "Nós temos de agir em uníssono a nível europeu e internacional para pôr fim a estas ações inadmissíveis", pode ler-se na publicação.
Depois de em outubro a UEFA ter acusado o Spartak de Moscovo de cânticos racistas durante o embate da Uefa Youth League frente ao Liverpool, este é mais um acontecimento a manchar o país que está prestes a acolher Campeonato do Mundo de futebol.
Fotógrafos da agência de notícias AFP foram os primeiros a relatar o incidente, dizendo terem ouvido cânticos no momento em que os jogadores iam bater os cantos.
Piara Powar, diretora da FARE (Futebol Contra o Racismo na Europa), acredita que este acontecimento levanta preocupações sobre segurança durante a o Mundial'2018, uma vez que se junta a uma lista de aproximadamente 90 incidentes de racismo no campeonato russo na temporada passada, detalhados pela organização.
"Para nós, a questão principal é que o jogo decorreu num estádio que será palco de um dos maiores encontros do Campeonato do Mundo, uma meia-final, além de muitos jogos da fase de grupos", explicou em declarações à BBC Sports.
"Em muitos aspetos, este jogo foi um teste dos protocolos que a Federação Russa colocou em prática, foi organizado por ela. É um motivo de preocupação, pouco mais de dois meses antes do torneio, não ter resposta das autoridades do estádio", concluiu.
Por seu turno, Alexei Smertin, chefe antidiscriminação do futebol russo, afirmou que as minorias vão sentir-se "seguras e confortáveis", tal como o selecionador russo, Stanislav Cherchesov, que acredita que o país não tem "racismo numa escala que precise de ser combatida".
Os árbitros poderão parar ou até mesmo abandonar as partidas se se aperceberem de atos racistas, o que não aconteceu no jogo de preparação da última terça-feira com o árbitro lituano Gediminas Mazeika.
"Foi uma falha de protocolos e ações que deveriam ter ocorrido no jogo", atirou a diretora da FARE.