Jogador do Nice terá desejado "dia negro" para Israel antes do ataque do Hamas
De acordo com um jornal regional francês, Youcef Atal partilhou uma publicação em que um pregador palestiano desejou um "dia negro para os judeus", num sábado que ficou marcado pelo ataque do Hamas ao território israelita. Presidente da Câmara de Nice já reagiu, exigindo um pedido de desculpa ao jogador.
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Youcef Atal, lateral direito argelino que alinha pelo Nice, está a protagonizar uma grande polémica, tendo sido acusado de partilhar nas redes sociais um vídeo em que um pregador palestiniano deseja que "Deus envie um dia negro para os judeus", no mesmo dia em que Israel foi alvo de uma ofensiva do Hamas.
De acordo com o jornal regional francês "Nice Matin", a mensagem, entretanto apagada das redes sociais, foi partilhada horas antes do ataque do grupo terrorista, sendo que o jogador, posteriormente, publicou ainda uma imagem em que surge com a camisola da Argélia e um cachecol com as cores da Palestina.
Christian Estrosi, presidente da Câmara de Nice, foi uma das personalidades que já reagiu ao caso, exigindo um pedido de desculpas por parte do jogador, de 27 anos.
"Espero que Youcef Atal, se permitiu que fosse explorado, peça desculpa e denuncie os terroristas do Hamas. Se não for este o caso, ele não terá mais lugar no nosso clube", defendeu o político, numa publicação no X, antigo Twitter, em que identifica o Nice, que ainda não comentou o assunto.
Recorde-se que o Hamas, no poder na Faixa de Gaza desde 2007, lançou no último sábado, dia 7 de outubro, um ataque surpresa contra o território israelita, que designou como operação “Tempestade al-Aqsa”, com o lançamento de milhares de "rockets" e a incursão de combatentes armados por terra, mar e ar.
Em resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação que batizou como “Espadas de Ferro”.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel está “em guerra” com o Hamas que, recordou, foi internacionalmente classificado como organização terrorista.
Israel, que impôs um cerco total à Faixa de Gaza e cortou o abastecimento de água, combustível e eletricidade, confirmou até agora 1.400 mortos e mais de 3.000 feridos desde o início da ofensiva do Hamas, apoiada pelo Hezbollah libanês e pelo ramo palestiniano da Jihad Islâmica.
Do lado palestiniano, o Ministério da Saúde confirmou hoje que, em Gaza, os ataques da retaliação israelita fizeram pelo menos 2.215 mortos e 8.714 feridos e que também se registaram 47 mortos na Cisjordânia, bem como cerca de 600 feridos.
Segundo o porta-voz do exército de Israel, Richard Hecht, cerca de 1.200 combatentes do Hamas foram igualmente abatidos durante confrontos com as forças de segurança em território israelita.