Jogador do Basaksehir com processo disciplinar por pedir libertação dos reféns do Hamas
Basaksehir abre processo disciplinar a futebolista israelita Kartsev.
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O Basaksehir abriu esta segunda-feira um processo disciplinar ao futebolista israelita Eden Kartsev, por partilhar na rede Instagram uma mensagem a pedir a libertação dos reféns do grupo palestiniano Hamas.
“Foi aberta uma investigação disciplinar a Eden Kartsev, por partilhar nas redes sociais uma mensagem contrária aos valores do nosso país e por transgredir os regulamentos disciplinares do clube”, comunicou o Basaksehir, emblema da I Liga turca.
A conta do médio israelita é privada, mas muitos seguidores a que a ela têm acesso gravaram uma captura de ecrã com a mensagem divulgada no domingo pelo jogador, que replicava um comunicado da Federação sionista da Austrália.
“100 dias. 136 israelitas estão em cativeiro do grupo terrorista Hamas, há 100 dias. Tragam-nos de volta agora”, refere a mensagem, acompanhada do número 100, desenhado com laços amarelos.
Também hoje, o jogador israelita Sagiv Jehezkel, do Antalyaspor, do sul da Turquia, que tinha sido detido no domingo por incitação pública ao ódio, na sequência do jogo de sábado em que mostrou a inscrição "100 dias 07/10", foi libertado.
Depois de marcar no jogo diante do Tranbzonspor, o jogador mostrou a mensagem numa das proteções no pulso, em referência aos 100 dias após o ataque do movimento islamita palestiniano Hamas a Israel, a que se seguiu uma intervenção militar dos israelitas na Faixa de Gaza, enclave controlado pelo Hamas desde 2007.
A 7 de outubro, combatentes do Hamas – desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel – realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1139 mortos, na maioria civis, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas, e mais de 200 reféns.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para “erradicar” o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que entretanto se estendeu ao sul.
A guerra entre Israel e o Hamas fez até agora na Faixa de Gaza mais de 23 mil mortos e mais de 59 mil feridos, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais, e cerca de 1,9 milhões de deslocados (cerca de 85% da população), segundo a ONU, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária.