Treinador português soma apenas uma vitória em sete jogos orientados no Cruzeiro, tendo sido derrotado pelo Mushuc Runa, do Equador, na segunda jornada da Taça Sul-Americana
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Leonardo Jardim não tem tido um arranque positivo ao leme do Cruzeiro, com apenas uma vitória em sete jogos, e voltou a ser derrotado na fase de grupos da Taça Sul-Americana na madrugada desta quinta-feira, perdendo por 1-2 em casa com o Mushuc Runa, do Equador.
Os equatorianos colocaram-se em vantagem aos 29 minutos, através de Carlos Orejuela, com o ex-Benfica Gabigol a ter empatado o jogo aos 67’, de penálti, até que Bryan Bentaberry selou o triunfo dos visitantes, aos 77’.
No final da partida, Jardim, que também foi derrotado na sua estreia na Sul-Americana, na visita ao Union Santa Fe (0-1), da Argentina, falou numa nova exibição para esquecer da formação de Belo Horizonte, deixando críticas à defesa e ataque.
“Mais do que me justificar, é assumir a derrota como responsável técnico. Essa é a minha função quando a equipa não consegue produzir. Depois, acho que estivemos, pessoalmente, mal em termos defensivos. Sofremos dois golos onde perdemos claramente os duelos. Temos que ter impacto ofensivo, porque estamos a ir duas ou três vezes à baliza do adversário. Claro que tivemos alguma posse, talvez mais do que o adversário, mas isso não é suficiente e, com certeza, temos a responsabilidade de mostrar outra figura, porque nem esta figura e nem esta performance é o que o Cruzeiro pretende, não é o que os fãs pretendem e, pessoalmente, também não é o que eu pretendo com este trabalho”, começou por criticar, em conferência de imprensa.
“Os jogadores estavam marcados e o adversário ganhou o duelo individual. Em relação a isso, eu não posso fazer nada, porque não consigo pôr dois jogadores a marcar cada adversário. Só se eu entrar com 20, aí ficam dois para cada. No futebol de alta competição, temos de ter mais responsabilidades nos duelos e, hoje, nos dois cruzamentos, os jogadores [adversários] estavam marcados e ganharam os duelos aos nossos. Por isso, peço mais concentração. Temos dificuldades em alturas e isso não mudou. O treinador mudou, já mudaram três ou quatro treinadores, mas a altura e a capacidade de ganhar duelos da equipa não mudou, é sempre a mesma. Mesmo que eu treine 100 dias, é sempre igual”, prosseguiu.
Depois de uma semana em que o dono do Cruzeiro, Pedro Lourenço, criticou publicamente o CEO de futebol do clube, Alexandre Mattos, lamentando “erros” nas contratações para esta temporada, o técnico português garantiu que a sua equipa não irá usar esse argumento como desculpa para não ter bons resultados.
“Em primeiro lugar, acho que não podemos fugir da responsabilidade. Eu, pessoalmente, não gosto que a gente fuja das responsabilidades. Nós temos a responsabilidade de perder e de jogar mal. Essa responsabilidade é nossa e temos de a assumir. O dono do clube pode dizer o que quiser, porque é o dono. Com certeza vocês conhecem bem o Pedro, ele é uma pessoa muito frontal e muito genuína. Diz simplesmente o que vai na alma, mas somos nós, os profissionais, que temos de mostrar outra postura. Ninguém se vai refugiar nas palavras do presidente. O plantel é muito bom e nós temos grandes jogadores. É dentro do campo que temos de o mostrar. O presidente disse aquilo que vai na alma, o clube é dele, mas nós, os profissionais, temos de mostrar outra postura no Cruzeiro”, concluiu.