O treinador Manuel José diz que França "tem a pressão de um país inteiro que não admite outro resultado que não a vitória neste Euro'2016 e essa pressão pode jogar a favor" de Portugal.
Corpo do artigo
Manuel José acredita que Portugal poderá sagrar-se domingo campeã da Europa, batendo na final a equipa anfitriã França. Como? Vai depender da disponibilidade mental, explica o treinador a O Jogo, dos nossos jogadores que podem "tirar partido da pressão de um país", França, "que não admite outro resultado que não a vitória".
"Numa final não há favoritos, mas a França é apontada como tal. E há um país inteiro que não admite outro resultado que não a vitória neste Euro'2016 e essa pressão pode jogar a nosso favor. Se mantivermos o rigor tático, o mesmo empenho, o mesmo conhecimento da equipa adversária, como mostrámos até agora, podemos vencer. Não temos nada a perder e tudo a ganhar", avançou Manuel José, desejando ver os jogadores portugueses atuarem "de cabeça liberta, desinibidos, sem pressões, nem obrigações de ganhar".
Manuel José defende a necessidade de aprender com os erros do passado e recordou a viagem da Seleção Nacional entre Alcochete e o estádio da Luz, em 2004, "acompanhada por um país inteiro de carro, barco, cavalos, etc", para uma final que acabou por ser perdida para a Grécia. "Foi essa viagem que nos derrotou. Foi uma loucura. Aquela pressão refletiu-se no comportamento dos jogadores que sentiram a obrigação de ganhar. Amanhã [domingo] pode acontecer o mesmo à França e, não sendo a equipa grega nem pouco mais ou menos a nossa Seleção, saibamos nós tirar partido disso", lembrou, elogiando ainda o trabalho e o papel de Fernando Santos com esta equipa.
"O Fernando Santos foi um homem corajoso em dizer que queria chegar à final e só regressar a Portugal dia 11 de julho. Com essa coragem, ele fez os jogadores acreditar. E, na realidade, Portugal tem tantas hipóteses de vencer como a França."
"Portugal teve um comportamento excelente"
Apesar de acreditar na conquista do título Europeu, Manuel José não fecha os olhos às exibições menos conseguidas no início do campeonato, tal como aconteceu, refere, "com França, Alemanha e Espanha", apontadas como favoritas neste Europeu.
"A verdade é que a Alemanha e Espanha já ficaram pelo caminho e a França também acusou muita pressão e só nos últimos dois jogos se libertou", começou por explicar. "A Seleção Nacional não teve um comportamento brilhante em termos de qualidade de jogo, mas foi excelente em termos táticos, organizativos, defensivos e de estudo dos adversários. Apesar de alguma ausência de qualidade de jogo, Portugal mereceu ganhar todos os jogos, mesmo aquele que empatou (3-3) com a Hungria", defendeu o técnico.