Itália-Espanha: dois velhos inimigos em que das cinzas vieram as revoluções
Mancini e Luis Enrique pegaram em seleções marcadas por insucessos, injetaram sangue novo e jogam por um lugar na final.
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Itália e Espanha jogam esta terça-feira a primeira das semifinais do Euro"2020. Um embate entre duas seleções com estilos diferentes, mas cujos selecionadores, Roberto Mancini e Luis Enrique, têm deixado uma marca muito pessoal.
O primeiro pegou na Squadra Azzurra em 2018, depois desta ter falhado o apuramento para o Mundial, e não conseguiu levá-la à final four da Liga das Nações"2019, onde sofreu, de resto, a sua segunda e última derrota. Foi frente a Portugal, a 10 de setembro de 2018. Depois disso, está há 30 jogos invicto com 25 vitórias e cinco empates, tendo construído uma equipa que gosta de atacar, sem perder solidez defensiva assente nos pilares Bonucci e Chiellini.
Os experientes centrais da Juventus, os médios Jorginho e Verrati e os avançados Immobile e Insigne são, de resto, dos poucos que já tinham papel relevante antes da chegada de Mancini, que fez uma autêntica revolução na Azzurra.
Entre os 26 convocados para o Europeu há 12 estreantes no seu mandato e vários conquistaram estatuto de relevo, inclusive no Europeu, como se pode constatar no quadro em baixo. Barella, Locatelli, Chiesa ou Pessina são um bom exemplo e querem levar o sonho até ao fim.
Já a Espanha teve de passar por um duplo processo de reconstrução após um Mundial da Rússia em que o selecionador Julen Lopetegui foi despedido a três dias da estreia na prova (por ter assinado com o Real Madrid) e substituído por Hierro que não passou dos oitavos de final. Luis Enrique foi o eleito para fazer a revolução, mas a doença e posterior falecimento da filha adiou o momento em que se dedicou de corpo e alma à Roja.
Coube ao seu adjunto Robert Moreno, com quem viria a incompatibilizar-se, iniciar a injeção de sangue novo, continuada a um ritmo ainda mais elevado por Luis enrique no último ano quando tomou em definitivo as rédeas da seleção espanhola. Entre 24 convocados, 14 destes só chegaram à Roja no pós-Mundial e alguns mesmo em cima do Europeu, como o central Laporte, agora indiscutível.
Contestado por um arranque pouco sólido e pelas suas escolhas polémicas, o técnico já conseguiu calar alguns críticos e construir uma base para um futuro risonho. Falta saber se estão prontos para ganhar.
Dois velhos inimigos
Itália e Espanha são as seleções que mais vezes se encontraram em fases finais de Europeus, seis vezes no total, e apesar do empate técnico - duas vitórias transalpinas, dois empates e dois triunfos (um nos penáltis) espanhóis - é a Roja que tem melhores recordações. Desde logo por causa da final de 2012, em que goleou a Squadra Azurra por 4-0. Mas, quatro anos antes, também ultrapassara a Itália, no desempate dos 11 metros, para chegar ao jogo decisivo que ganharia frente à Alemanha.