Presidente da federação admitiu que devem 600 mil euros ao selecionador, cujo contrato expirou no dia 31 de julho
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A federação iraniana, através do presidente Mehdi Taj, assumiu publicamente a existência de uma dívida de 600 mil euros a Carlos Queiroz, selecionador do Irão há oito anos. "Nós ainda temos de pagar mais de 600 mil euros a Queiroz, mas não podemos transferir o dinheiro por causa das sanções", disse em declarações a uma publicação francesa.
Queiroz é nesta altura um treinador livre, pois o contrato que o ligava ao Irão terminou no dia 31 julho, mas tem em mãos uma proposta para continuar a orientar os destinos daquela seleção por mais seis meses, ou seja, até à Taça Asiática, que se disputa em janeiro. O antigo selecionador nacional tem vontade de dar continuidade a um projeto que iniciou há oito anos - qualificou a seleção do Irão para duas fases finais de mundiais, Brasil e Rússia -, mas entende não estarem reunidas todas as condições para o fazer. Além da dívida pessoal, a federação também não pagou aos jogadores pelo percurso no Mundial. O Irão fez quatro pontos na prova, ganhou a Marrocos e empatou com Portugal, mas os seus atletas ainda não foram premiados financeiramente pelo desempenho, considerado, aliás, muito positivo. Ora, e esta é precisamente uma das exigências do técnico português, Queiroz quer que a federação assuma a dívida aos atletas e, ao mesmo tempo, dê garantias relativamente ao orçamento para a preparação da equipa. Enquanto esta situação não estiver resolvida, dificilmente dará um passo em frente, mesmo tendo em conta a relação sentimental que mantém com o plantel.
Os jogadores nunca esconderam o desejo de continuar sob a liderança do português e têm também exercido alguma pressão nesse sentido junto dos dirigentes federativos.
Entretanto, logo após o Mundial, Carlos Queiroz recebeu convites de Argélia, Coreia do Sul, Camarões e Egito.