Internacional espanhol reflete: "Temo a extrema-direita, não tem limites"
Borja Iglesias, avançado do Celta de Vigo, refletiu sobre vários temas sociais ligados ao futebol, desde o racismo à homossexualidade, passando ainda pela esfera política
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Borja Iglesias, avançado emprestado pelo Bétis ao Celta de Vigo, refletiu este sábado sobre vários temas sociais ligados ao futebol, desde o racismo à homossexualidade, passando ainda pela esfera política
Em declarações ao jornal El País, o avançado internacional espanhol, de 31 anos, começou por vincar a importância que sempre deu ao profissionalismo, não se deixando levar por distrações como saídas à noite em dias que antecedem treinos ou jogos.
“Eu nunca fiz nada que prejudicasse o meu trabalho, mesmo saindo em festa. Não é que não possamos, mas há que encontrar o momento adequado, em dias livres e sem acabar de forma fatal. Nunca se tiveres treino e, claro, jamais se tens jogos”, salientou.
Noutros tópicos, o dianteiro, que tirando um empréstimo ao campeão alemão Bayer Leverkusen, na época passada, leva uma carreira totalmente cumprida em Espanha, com passagens pelo Bétis, Espanhol, Zaragoza e Celta, admitiu que continua a ser difícil para jogadores homossexuais assumirem-se publicamente no mundo do futebol.
Além disso, sublinhou o seu apoio a todos os jogadores que são alvo de racismo em estádios de futebol, demonstrando-se solidário com a posição muitas vezes demonstrada por Vinícius Júnior, extremo brasileiro do Real Madrid e principal cara da luta contra essa discriminação em Espanha.
“Homossexualidade? Há que assumir muitos riscos. O normal seria que tudo o mundo te respeitasse sejas como fores, mas às vezes isso não acontece. Aquilo a que se refere Vinícius Júnior muitas vezes é que se normalizam situações em estádios de futebol que não se deveria. É importante falar delas e assinalá-las, assim podem detetar-se e serem mudadas”, defendeu.
A concluir, Iglesias incidiu sobre a esfera política, não hesitando em repudiar a extrema-direita e elogiando ao mesmo tempo a posição de nomes como Kylian Mbappé, que durante o verão deste ano também se demonstrou publicamente contra esse tipo de ideologias.
“Temo a extrema-direita, porque não tem limites. Não gosto que não respeitem certos valores sociais ou os direitos humanos. Quero que quem vote pense não só em si mesmo, mas também na sua comunidade e em quem sofre. Quando [Mbappé] se posicionou contra a extrema-direita, ele sabia a repercussão que isso teria. É uma pessoa privilegiada e se se posiciona tão claramente, ao menos escutem-no com respeito. Ele não ganha nada a fazer aquilo”, referiu.