Antigo goleador e agora treinador da formação sub-23 da Académica, em mais um programa "Linha de Golo", com Rui Miguel Mendonça.
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Afastamento da Seleção do Euro'2020 [Portugal caiu nos oitavos de final, frente à Bélgica]: "Nas fases finais de Europeus e Mundiais é preciso ver vários fatores, não só a qualidade da Seleção. Fator sorte, o fator psicológico, estar bem mentalmente, estar bem com o seu corpo... Desiludido não estou, triste acho que todos temos de estar. Sabemos a qualidade que a nossa Seleção tem, os jogadores que tem, sabíamos que podíamos chegar mais longe. Mas vem um bocadinho o fator sorte: a Bélgica fez 2/3 remates à baliza, fez um golo; nós fizemos 24 ou 29 e a bola não entrou. São coisas que acontecem, se calhar podíamos estar lá o dia todo e a bola não entrava."
Há alguma responsabilidade direta? "Cada um tem de tomar as suas responsabilidades. São maiores e vacinados e são eles que têm as opções. Da parte do treinador e da parte técnica são eles que têm essas opções e são eles que põem o onze, e de certeza absoluta que não vão pôr o pior. É o onze que ele acha que é o melhor para aquele jogo. Não sou ninguém para julgar isso. Da parte dos jogadores, cada um tem de ter a sua autocrítica, ver o que correu mal, o que correu bem, o que poderia ter feito melhor. É lógico que os "ses" agora já não interessam para nada, mas uma autocrítica de cada jogador é sempre muito importante. Saber quais foram os pontos fracos/maus de cada jogador. Da parte da pandemia, é complicado para um treinador. Chamou 26, desses 26 não pôde contar a 100 por cento com João Félix, com Nuno Mendes, Jota vinha de lesão e é sempre muito complicado quando se tem jogadores que se calhar eram as primeiras opções e depois tem de se mudar o sistema. Em termos de apontar o dedo a alguém não o vou fazer.
Faltou homem de área? André Silva? "Ainda sou um pré-treinador. Estou a tirar o curso, estou a treinar os sub-23 da Académica e sinto-me muito bem, e este é o caminho que quero fazer. Tínhamos um André Silva que vinha muito moralizado, não é fácil fazer o trabalho que ele fez, ainda por cima na Bundesliga... não é fácil e ele conseguiu. Os golos que ele fez... vinha muito moralizado, foi uma opção muito curta neste Europeu. Mas eu não sou ninguém para dizer que o treinador tinha de pôr ou deixar de pôr."