Médio do Real Madrid admite que o gigante espanhol, por vezes, entra "demasiado relaxado" nos jogos
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Fede Valverde, internacional uruguaio do Real Madrid, concedeu este sábado uma entrevista à France Football, abordando vários temas relacionados com a evolução que passou até se afirmar como um titular indiscutível no meio-campo do atual campeão europeu e espanhol.
Desde logo, o médio de 26 anos deixou elogios para o selecionador uruguaio, Marcelo Bielsa, mas também para Carlo Ancelotti, que o treina no Real Madrid, considerando que não tem muitas diferenças em relação ao seu antecessor, Zinédine Zidane.
“Com ele [Bielsa], trabalhas muito mais. Fisicamente mata-te e mentalmente também, mas no final, isso responde ao que ele espera dos jogos. Essa vontade de pressionar, de fazer tudo intensamente, essa loucura que te fatiga mentalmente, mas compensa no dia do jogo e dá-te prazer. Tudo o que sai da boca de Bielsa é bom para aprender”, enalteceu, comparando: “Ancelotti e Zidane? É a mesma forma de ver futebol, de falar connosco e de transmitir os planos. É a mesma exigência também, conhecem perfeitamente cada jogador que dirigem. Além disso, emitem constantemente boas sensações”.
Elegendo “a forma de atacar os espaços” e a “tranquilidade e claridade mental” como os principais aspetos do seu jogo que pretende melhorar, Valverde garantiu ainda que não se importa de ter de, por vezes, compensar o facto de alguns jogadores mais ofensivos nem sempre recuarem para ajudarem os colegas a defender, dizendo que é algo natural.
“Há jogadores que não têm a necessidade de defender. Pessoalmente, não me chateia correr pelos nossos avançados, para que eles possam aproveitá-lo. Está bem que nos ajudem de vez em quando, mas é como com os defesas: ninguém espera que ataquem durante os 90 minutos”, argumentou.
Com agradecimentos para o tridente que dominava o meio-campo do Real Madrid aquando da sua chegada ao clube, composto por Casemiro, Toni Kroos e Luka Modric, pela forma como o ajudaram a “amadurecer”, o médio não hesitou em destacar o ex-colega alemão, que se retirou no final do Euro’2024, admitindo: “Ter-lhe-ia dado uma Bola de Ouro”.
Valverde pediu ainda que o gigante “merengue” conserve a sua “fome” de títulos nesta temporada, assumindo que a equipa, por vezes, entra "demasiado relaxada" nos jogos.
Quanto à sua nomeação para a Bola de Ouro de 2024, colocou a fasquia em ficar nos primeiros 15 lugares e chegar ao top-10 no próximo ano, sem definir limites: “Há sempre que apontar alto, ano após ano. Se não, estancas e não cresces”, rematou.