Guerrero alvo de extorsão: "O céu ou o inferno. Próximo contacto será um atentado"
Internacional peruano assinou pelo Universidad César Vallejo e já se devia ter apresentado, mas quer rescindir. Contactou Cristian Cueva, também da seleção e natural de Trujillo, para saber quem o ameaça. Pondera acabar a carreira
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Um dia depois de se conhecer a intenção de Paolo Guerrero, internacional peruano, de rescindir com o Universidad César Vallejo, clube do seu país com o qual assinou há uma semana, o próprio jogador revelou os motivos.
Em entrevista ao canal América Noticias, Guerrero revelou que horas depois de ser anunciado como reforço, a mãe, Doña Peta, foi alvo de ameaças e extorsão.
"Fala tia Peta. Passa esta mensagem ao Paolo, cá o Norte é nosso", escreveram à mãe do jogador. "Queremos que colabore com a organização, caso contrário vamos encontrá-lo mesmo que tenha dez guardacostas e vai-se arrepender das consequências. Se ele contactar a polícia, a próxima comunicação será um atentado. Somos a organização que está por detrás da maioria dos homicídios e raptos em Trujillo... cabe ao Paolo decidir se quer que a sua estadia em Trujillo seja pacífica ou aterradora. Trujillo é a nossa terra e aqui o rapaz connosco ou pode estar no inferno ou no céu. Se não houver mais interesse, desisto e acrescento mais um rapto à minha lista para ganhar 7 dígitos", prosseguiram os delinquentes em várias mensagens.
Trujillo, na região de La Libertad, no Peru, está em estado de emergência por alta criminalidade. A organização criminosa por trás das ameaças a Guerrero e à sua família é "Los Pulpos de Trujillo".
O jogador apresentou queixa na polícia e pediu proteção ao Ministério do Interior do Peru. Já acionou também a sua equipa de advogados para rescindir com o clube de Trujillo, que pretende que este cumpra o contrato.
Guerrero, reconhecendo as ameaças na televisão, revelou ainda que contactou Cristian Cueva, colega de seleção e natural de Trujillo, para perceber quem o estava a ameaçar. Este terá dito para ele ficar tranquilo, mas reconheceu que a situação na região é complicada.
O avançado de 40 anos mostrou-se indignado com a falta de sensibilidade do clube que não quer a rescisão e ameaçou mesmo acabar a carreira. Sinto que é ou ir a Trujillo ou não voltar a jogar futebol", afirmou.