Guerra em Israel abana a renovação de Hélder Lopes: "Estou muito intranquilo"
Hélder Lopes entrou de férias a ponderar novo vínculo com o Beer Sheeva, mas surgiram incertezas. O defesa tem convite para ficar na liga israelita, mas não sabe se vai continuar, deixando entender que uma proposta de um clube que jogue na liga portuguesa pode ajudá-lo a decidir o futuro profissional.
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Hélder Lopes regressou a Portugal para gozar férias após cumprir a quarta época em Israel, cotando-se como um dos jogadores mais influentes do Hapoel Beer Sheeva, clube onde alinham Miguel Vítor, hoje internacional israelita, e também Iuri Medeiros. Depois da conquista da Taça, e de um campeonato perdido por dois pontos, o apego da família falou mais alto, tendo o lateral-esquerdo guardado na cabeça para ponderação familiar uma proposta de renovação, agora mais incerta devido ao caos que se vive no Médio Oriente, mesmo que a vontade de prosseguir no país seja grande. Aos 36 anos, Hélder Lopes carrega já 153 jogos pelo Hapoel Beer Sheeva, tendo na última época colocado na sua ficha pessoal 43 jogos, oito golos e sete assistências.
Na escalada bélica entre Israel e Irão, a troca de mísseis com aterragem incerta geram medos e incertezas difíceis de controlar. “É uma situação muito complicada. Quando acabou a época, vivíamos uma situação bastante calma e agora ficou tudo como ficou. Sem dúvida que estou muito intranquilo, cheio de angústias, porque é um país que amo e o futuro parece ser uma incógnita. Não se sabe quando esta escalada pode terminar”, evidencia Hélder Lopes, elucidando que todos os portugueses saíram de Israel mal encerrou a temporada. “Saímos todos, mas está lá muita gente importante para mim. Falo com vários amigos da cidade, com colegas, com gente do clube. Felizmente é uma cidade que tem estado mais calma, mesmo relativamente próxima de Gaza. Ali não tocou mais que duas vezes o alarme. Os ataques têm sido mais a norte, em Jerusalém, Telavive e Haifa. Tenho em mãos a proposta de renovação, que estou a estudar. Tudo o que está a acontecer preocupa-me imenso e vou estando muito atento pela televisão. É muito prematuro adivinhar o desfecho”, desabafa o lateral, marcando as prioridades. “Saí com muita vontade de continuar e fiquei de decidir nas férias. O clube reconhece dificuldades, porque não sabem como preparar a saída para estágio. Quero resolver nos próximos dias, não descarto nada”, explica.
“Também gostaria de voltar a Portugal, porque posso garantir que estou na melhor fase da carreira. Sinto-me bem fisicamente, tenho grandes números, faço todos os jogos e sou controlado pelo GPS, que diz que os meus dados físicos permanecem iguais aos dos que têm 30 anos. Sinto-me perfeitamente capaz de jogar na I Liga num projeto ambicioso”, assegura Hélder Lopes.